quarta-feira, 23 de maio de 2012

Rapidinha: o problema do Livros de Humanas

Nas duas últimas semanas eu tive que passar duas vezes na biblioteca da FFLCH pra pegar alguns livros. Na primeira, peguei uma porrada de livros do Bakhtin e mais um, intitulado “Die formale Methode in der Literaturwissenschaft”, que é a tradução alemã de um livro de Pavel Medvedev e que será a base fundamental para o meu projeto de IC, caso ele seja aprovado pelo CNPq. Na segunda, peguei um livro intitulado "Israel Carnal – lendo o sexo na cultura talmúdica”, de autoria de Daniel Boyarin, que usarei para fazer um trabalho de Cultura do Povo Judeu na Idade Média.

Por que estou falando isso? Porque tanto um quanto outro dispõe de UM exemplar, APENAS, na Florestan. Eu não sei quanto ao do Medvedev, não me lembro agora, mas este do Boyarin é o único também na USP INTEIRA. Ou seja, se alguém precisasse desse livro pra fazer uma pesquisa, e fosse procurá-lo lá hoje, não o encontraria, pois ele está comigo. E eu teria que entregá-lo em 10 dias, atrasando o meu trabalho, pra outra pessoa poder pegá-lo, e em 10 dias ele teria que devolver para que eu pegasse novamente. Ou seja, duas pesquisas seriam prejudicadas porque há apenas UM livro sobre esse assunto disponível pra consulta. Só na Letras há 8 mil estudantes. E como fica?

Fica assim: um colega, muito gentilmente, se dispõe a gastar tempo e, ultimamente, dinheiro, pra poder disponibilizar via internet obras nesta situação, ou em situação pior – caso de esgotamento em editoras e livrarias, por exemplo – para que nós, estudantes, possamos fazer nossas pesquisas de um modo minimamente decente. E o que acontece?

Ele é processado.

Acho que nos autos do processo não deveria constar, por parte da ABDR, algo parecido com “violação do direito autoral das editoras X e Y”. Deveria constar o seguinte: “o site livrosdehumanas.org está sendo punido por facilitar o acesso à cultura para pessoas que se interessam por ela”.

Porque, francamente, se o problema todo fosse REALMENTE a disponibilização gratuita de obras, TODAS as bibliotecas deveriam ser fechadas e punidas, porque tecnicamente elas impedem que se compre as obras, não é?

Pra terminar – porque isso é uma rapidinha e não um tratado sobre a injustiça que é essa situação toda – deixo vocês com um vídeo do Gaiman falando sobre distribuição de obras pela internet. Sim, Neil Gaiman, autor de Sandman, que TAMBÉM se manifestou no Twitter apoiando o site Livros de Humanas.

Randomices, ou um lembrete pra mim mesma

Eu estou enrolando faz tempo pra escrever alguma coisa. Não só aqui, mas no outro blog que eu criei, o Analisando DM, que surgiu numa brincadeira entre amigas no Facebook, e enrolando pra escrever as coisas pra faculdade. Esse semestre eu só peguei matéria que eu queria, e mesmo assim tranquei duas delas porque saquei que não ia dar conta de tudo.

O último texto que eu postei, este aqui, me deu um orgulho tremendo. E eu me animei com ele. Mas depois de um tempo eu desanimei. Não porque eu acredite que ninguém lê o blog, porque eu vejo sempre a indicação do Who’s Among Us no Chrome, e pelo menos um visitante por dia, oriundo do Google, eu recebo, o que não quer dizer quase nada, mas já é alguma coisa, considerando que eu postei aqui em janeiro e sumi de novo.

Mas se eu disser que eu sei por que eu desanimei, dessa vez eu vou estar mentindo descaradamente.