Randomices, ou um lembrete pra mim mesma

Eu estou enrolando faz tempo pra escrever alguma coisa. Não só aqui, mas no outro blog que eu criei, o Analisando DM, que surgiu numa brincadeira entre amigas no Facebook, e enrolando pra escrever as coisas pra faculdade. Esse semestre eu só peguei matéria que eu queria, e mesmo assim tranquei duas delas porque saquei que não ia dar conta de tudo.

O último texto que eu postei, este aqui, me deu um orgulho tremendo. E eu me animei com ele. Mas depois de um tempo eu desanimei. Não porque eu acredite que ninguém lê o blog, porque eu vejo sempre a indicação do Who’s Among Us no Chrome, e pelo menos um visitante por dia, oriundo do Google, eu recebo, o que não quer dizer quase nada, mas já é alguma coisa, considerando que eu postei aqui em janeiro e sumi de novo.

Mas se eu disser que eu sei por que eu desanimei, dessa vez eu vou estar mentindo descaradamente.

Todas as vezes que eu sumia do blog, eu escrevia uma justificativa quando voltava – a mais recente foi essa aqui – e eu não estava mentindo em nenhuma delas. O problema, agora, é que eu realmente não sei por que eu parei.

Mas eu identifiquei um sintoma: toda vez que eu escrevo aqui justificando alguma coisa, no mínimo já passou da meia-noite. Agora, por exemplo, são 02h30. Eu AINDA estou acordada. E isso tem sido muito, mas MUITO frequente. Seja vendo vlogs no YouTube ou lendo blogs que eu gosto – e devo dizer que nos últimos dois dias eu devo ter relido o blog do Rob Gordon INTEIRO –, eu passo a madrugada sentada na cozinha na frente do computador até começar a me dar sono, o que acontece perto das 5h da manhã. Daí vou pro meu quarto, arrumo minha cama, tomo um banho quente e pego um livro do Sherlock Holmes pra ajudar o sono a chegar de vez. Isso não quer dizer que o Sherlock me dá sono, isso quer dizer que LER livros me dá sono.

Leiam bem essa última frase: LER livros me dá sono.

É a irônica derrocada final, pelo jeito. Eu, no alto dos meus 27 anos, tendo passado 24 deles praticamente SÓ LENDO – aprendi a ler com 3 anos –, estou tendo problemas em me manter acordada pra ler alguma coisa.

Isso é relevante? Não sei. Isso tem a ver com o fato de eu ter parado? Pode ser que sim. O problema, agora, não é ter parado de escrever no Litteraria. É ter parado de escrever. E eu não sei dizer por que eu não consigo mais fazer isso, assim como não sei dizer por que não consigo ir dormir mais cedo, apesar de levar broncas consistentes do meu namorado por causa disso, e assim como eu também não sei dizer por que começar a ler livros está me dando sono.

E eu juro que já tentei pegar um livro pra ler mais cedo, lá pelas 23h30, que é a hora em que eu estou chegando em casa, mas alguma coisa dentro do meu cérebro não me deixa ficar parada lendo o que quer que seja. Nem mesmo os trechos de tradução que eu tenho como tarefa da faculdade me despertam interesse. Ou seja, eu não leio o que eu preciso ler, e consequentemente não escrevo o que eu preciso escrever.

E bem, isso acabou de criar uma ferida no meu orgulho.

[Eu poderia colocar a culpa na internet, porque né, ela está aí, a gente digita meia dúzia de palavras na barra de endereços e procrastina magistralmente o que é preciso fazer. Mas a pobre da internet lá tem culpa disso? Não…]

Escrevendo isso, eu comecei a vislumbrar um motivo pra esse bloqueio todo, mas nem adianta eu descrever o que é. Minhas sinapses são meio bêbadas, acho que já comentei isso em outros posts, mas elas conseguem seguir um caminho mais ou menos coerente. E se há um motivo, o qual eu não sei dizer qual é, com certeza não é esse, ou não é só esse.

Daí no título do post eu escrevi “ou um lembrete pra mim mesma”. Eu também não sei dizer se eu estou escrevendo isso tudo pros gatos pingados que aparecem aqui de vez em quando ou se estou escrevendo isso pra mim. Estou fortemente inclinada a pensar que é pra mim, mesmo, afinal de contas, apesar de tudo indicar o contrário, eu gosto de escrever, gosto de escrever aqui e gosto de me dar uns tapas de vez em quando. Sobre esses tapas, direi que quem sabe o meu endereço de e-mail provavelmente já notou que há dois nomes nele, e um deles é uma incógnita para 99,9995% destas pessoas. Os tapas tem TUDO a ver com o outro nome, hehehe.

 

Enfim, agora são exatamente 02h58,  e eu estou com o orgulho ferido [sinapses bêbadas mode: on]. Talvez amanhã eu veja a postagem e pense “preciso parar de escrever de madrugada”, ou simplesmente pense “melhor eu parar de ligar o netbook porque isso vai acabar dando merda”. Mas ok. Escrever um pouco já elucidou algumas coisas, e a primeira atitude – e isso COM CERTEZA é um tapa em mim mesma – é me deixar de castigo [leram o aviso de sinapses bêbadas aí em cima, né?].

Eu posso não estar totalmente certa do motivo pelo qual eu parei, mas eu estou certa de que esse texto vai me servir como um chute na bunda.