quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Clandestino

Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
(...)
E nestes versos de angústia rouca
Por entre os lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre...

(Manuel Bandeira, in 'Desencanto')

E faz tanto tempo que não sai um verso de dentro de mim que já estou começando a me sentir vazia. Minha inspiração esvai-se toscamente, nem me lembro quando foi que eu estive inspirada pra escrever.
Me sinto vazia, me sinto burra. Estranho que eu escrevo todos os dias, mas não passa de coisas do tipo 'horário de chegada, horário de atendimento' nos prontuários dos pacientes da UBS. Minha letra tá até ficando feia de novo...

E me esforço pra concordar com o Leminski
=>isso de querer ser
exatamente
o que a gente é
ainda vai
nos levar
além=>
mas tá ficando cada vez mais difícil. Parece estagnado, murcho...

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