sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Ou: de como as coisas desacontecem

Como as coisas desacontecem? Simples, fazendo-as acontecer e depois passando uma borracha em cima.
Mas borrachas costumam borrar papéis, dependendo do papel, da borracha e do grafite do lápis.

Tudo bem, vamos contar uma história.

Havia uma centopéia que era a melhor dançarina da floresta. Quando havia festa, todos paravam pra ver a centopéia dançando. Era lindo.
Um dia, uma formiga ficou olhando a centopéia dançar e ficou com muita inveja. Ela não sabia dançar como a centopéia, e provavelmente nunca saberia. Então bolou um plano.
Quando houve outra festa, a centopéia dançou, como de costume. Daí a formiga chegou perto dela e disse:
- Dona Centopéia, parabéns! A senhora dança muito bem!
- Obrigada! - respondeu a centopéia
- Mas me diga, como a senhora faz pra dançar assim tão bem? Qual o segredo? Tem uma técnica, tipo, a senhora começa levantando primeiro a perna direita nº 56 e depois a esquerda nº 43, ou primeiro a esquerda nº 15 e depois a direita nº 38?
E continuou a perguntar. A centopéia começou a pensar nisso e nem viu quando a formiga se afastou, satisfeita.
O que aconteceu:
Depois que a centopéia começou a pensar sobre como fazia pra dançar tão naturalmente, ela nunca mais conseguiu dançar.

As coisas também desacontecem de tanto se pensar nelas.

3 comentários :

  1. essa noite experimentei algo próximo: descrevi naturalmente o q sentia pelo lugar onde nasci e as coisas começaram sair assim, não é pelas grandes cidades q saíram das florestas, não é por brasília e seus políticos, não é pelas indústrias, não é pelo carnaval e tão pouco pelas bandas de rock, não é pelos seus poetas oportunos, e assim foi até pelas tantas da madruga e eu conseguir dormir juntinho de uma terra q é tão minha e tão livre. Pra mim foi andar por um caminho q posso ver até com olhos fechados, e aí vai ... será q alguém pode imaginar onde vai dar. Desconstrução pura, relação direta!

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  2. Então eu também poderia aplicar isso para um sentimento?
    Se descevemos algum sentimento, o descontruimos?

    E eu só sei falar de sentimentos.
    (Sim, as vezes da forma mais cafona possivel)

    Então: sempre que falo dos meus sentimentos, os descontruo?

    O.O


    (senti uma pontada no peito agora)

    "Jamais direi novamente: Eu te amo"

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  3. (ou talvez não...querida, vou enlouquecer hoje)



    Graças ao vinho.


    =)

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