sexta-feira, 20 de junho de 2008

Trilha

Passei os dias esperando por alguém que não veio. E nem sei se vai vir.
Não sei porque não disse, deixou no ar, um "talvez" condicionado.

A trilha sonora agora é Madonna, "Take a bow" e "Bad girl".

Num início de noite dum dia que nem sei se foi frio ou quente. Quando eu pergunto "Who cares?", me lembro dos meus avós comentando entre si que eu estou dormindo demais, fico até 2 da tarde na cama. É até aceitável, considerando que durmo depois das 4, por não conseguir dormir antes. Um padrão de vida estranho pra quem dorme cedo e acorda uma hora e meia depois que eu consegui pegar no sono.

Eis os fatos...

Publicar coisas aqui é tentar mostrar ao mundo um pouco do que acontece na minha vida, mas acabou se tornando mais um dos amontoados de textos que eu tenho e que ninguém lê. E nem escrevo mais o tanto que eu costumava escrever. Paradoxismos inseridos em metáforas, "quem me conhece sabe o que eu quero dizer". Não, é mentira. Não sou clara, e não me faço entender. Dissonâncias distorcidas, um amontoado de bobagens em forma de sentimentos, atos, des-atos, encrencas, isolamento, solidão.
As facas continuam atraentes, sempre gostei de armas brancas, mas não consigo sequer chegar perto delas, assim como não consigo chegar perto de que/quem gosto. Mangás amontoados na mesa, livros didáticos na cadeira, esperando para serem abertos.

(trilha mudou - "Bittersweet Simphony", The Verve)

Não tenho coragem de pegar o telefone e dizer "Volta pra cá, eu sinto a sua falta", porque não tenho nada além disso pra dizer. Nada. Disse a um amigo meu que não vou mais à ELL porque não tenho o que dizer. Não me atrai mais, não me atinge. E nem a saara de páginas a que se referia Leminski me atrai mais.

Escrever sobre o que acontece na vida, quando a vida virou um dia após o outro e nada além disso.
No meu diário de papel o registro de uma semana inteira é uma página em branco...
e nada além disso.

O que ficou aqui é uma tristeza estranha, que massacra até os sentimentos mais profundos que me habitam e me deixam além de qualquer possibilidade de movimento.

Um comentário :

  1. Não sei dizer se quando vc diz que ninguém lê seu blog, vc quer dizer ninguém mesmo, ou se determinada pessoa o lê (esta é a opção que acredito ser a verdadeira). Particularmente gosto de ler seu blog, apesar do tom down e quase todos os textos.
    Ouve determinada fase da minha vida, nos anos iniciais da facul, que eu passei vários fds deitado o dia inteiro, dormindo boa parte dele, e só me levantava para comer ou ir ao banheiro. Estava um tanto quanto triste por não conseguir coisas/pessoas que eu queria.
    Até que um dia eu vi que eu não poderia ficar daquele jeito, deixando a vida escorrer por entre meus dedos, e que eu viveria a vida, com ou sem as coisas/pessoas que eu queria.
    Saí um milhão devezes sozinho ao cinema, teatro, shows no Sesc, balada, nem por isso deixei de me divertir.
    O meu maior arrependimento do passado (hoje não o tenho mais)foi não ter tido coragem de ir atrás de quem eu gostava, de dizer coisas que gostaria de dizer, e me culpei anos a fio por isso. Mas passou. Levantei, sacudí a poeira e dei a volta por cima, e hoje não passo vontade, falo o que quero, doa a quem doer. E me sinto feliz por não me sabotar mais.

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