domingo, 26 de julho de 2009

Saudades da Maria

Ontem de madrugada eu lidava com mais um surto de insônia - que espero estar com os dias contados - e me lembrei de uma pessoa muito especial. Lembrei-me da Maria.

Lembrei-me no sentido de recordar muitos momentos em que estive com ela, pois constantemente lembro-me dela pelo blog do Rogério, seu esposo.

Eu e Maria conhecemo-nos na UBS Reunidas II; tecnicamente, ela era minha chefe, pois era responsável pelo RH da UBS, entre outras coisas. À época, ela estava terminando a graduação em Psicologia, e diante disso eu sempre pedia conselhos a ela - eu e meus eternos problemas de consciência... - que ouvia prontamente e sempre tinha uma palavra amiga a dizer.

Como relações de trabalho não são assim tão tranquilas, houve vezes em que me indispus com ela, por conta de coisas inerentes à loucura característica do setor administrativo dos locais de trabalho, mas eram problemas que podiam ser - e foram - superados.

Lembro-me que sempre que eu estava deprimida, a Maria percebia, e me perguntava se eu queria conversar. Nós parávamos o que estávamos fazendo e ficávamos conversando. Claro que o trabalho não ficava de lado, pelo contrário, acabava rendendo mais depois de alguns minutos de desabafo.

No ano passado estávamos, eu, ela e o Rogério, em ritmo de estudos. Ela, fazendo uma especialização em Psicologia do Esporte; eu e o Rogério, envolvidos com o vestibular. Era um apoio e uma torcida mútuas. Todas as vezes em que eu me sentia cansada, ela era uma das pessoas que sempre me estimulavam a continuar. Conversávamos sobre nossos interesses acadêmicos; ela admirava a minha paixão pelas Letras, e eu admirava a paixão dela pela Psicologia.

Neste ano, ela participou do momento mais especial dos últimos tempos: estava eu, aflita e ansiosa, no dia 04 de fevereiro, pois era o dia em que saía a lista da FUVEST. E justo naquele dia o Speedy da UBS resolveu parar de funcionar. Eu não me aguentava de ansiedade, até que a Nathália me mandou um SMS dizendo que eu havia passado. Como não reconheci o número, comecei a tremer. E fui atrás de quem? Da Maria. Ela prontamente deixou sua mesa e foi comigo até a lan house, para vermos a lista. O Rogério ligou enquanto descíamos, mas ela me disse que ele estava sem acesso à internet também; mais tarde me contou que ele já sabia que eu tinha passado, mas ela preferiu que eu visse com meus próprios olhos. E quando eu vi o meu nome na lista, e comecei a chorar como uma criança, a Maria me abraçou bem forte e me dizia "Parabéns, você merece, você merece tudo o que você conquistar!".

Pouco tempo depois a Maria saiu do Reunidas II, pois ela estava fazendo mais uma especialização, agora na área de Pedagogia, e foi transferida para uma UBS que tinha o horário mais adequado para seus compromissos acadêmicos. Isso foi pouco antes de eu também sair de lá. Eu senti, muito, a falta dela nos dias que se seguiram. As pessoas que trabalham no Reunidas são muito boas também, mas trabalhar lá sem a Maria não era a mesma coisa...

Eu a vi há alguns meses no ônibus, e mesmo que tenha sido por poucos minutos, eu adorei reencontrá-la. A Maria é o tipo de pessoa que não esquecemos jamais; ela é uma ótima amiga, e uma brilhante psicóloga. Eu lamento imensamente não ter mais contato diário com ela; essa vida estranha de compromissos e rotinas faz com que as pessoas se afastem sem querer...

Mas sempre que eu abrir o meu diário de papel, lá estará a cartinha que ela me mandou no dia da 1ª fase da FUVEST, me lembrando que eu tenho o imenso prazer de ter a Maria como amiga.


Um comentário :

  1. Pois é, a Maria é foda, por isso tratei de casar logo com ela, antes q alguém a roubasse de mim... rs*

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