sábado, 15 de maio de 2010

Ludwig e o amor…

Mein Engel, mein alles, mein Ich.
(Meu anjo, meu tudo, meu próprio Eu.)

Ludwig van Beethoven

E então eu assisti Minha Amada Imortal semana passada e fiquei maravilhada. Gary Oldman esteve ótimo interpretando Herr Beethoven… mas o que me deixa maravilhada em se tratando de Beethoven, tirando a 9ª Sinfonia (que eu insisto em chamar de An die Freude, en detrimento do nome em inglês Ode to joy, que vem a dar no mesmo, exceto pelo fato de Beethoven ser alemão), são as três cartas que ele escreveu à sua Unsterbliche Geliebte, sua amada imortal.

No filme Sex and the city há uma cena em que a Carrie lê uma parte da última carta para o Mr. Big (ele dizendo “manda ‘fer’, Ludvik” na versão dublada é hilário!). Eu fiquei curiosa e fui caçar a tal da carta, mas só achei em inglês. Nhain… desisti. Daí eu vi o filme e a curiosidade voltou, principalmente quando, já em seu leito de morte, Frau Beethoven (sua cunhada) vai visitá-lo e ele escreve em cima da partitura que tem em mãos a expressão muss es sein? (tem que ser assim?), e ela em seguida escreve ja, es muss sein (sim, tem que ser). E eu conhecia essas frases do livro do Kundera, “A insustentável leveza do Ser”… nem preciso dizer que surtei, né? hehehehe… Enfim, fucei na internet e encontrei as três cartas no original, em alemão… tão bonitinho! Tem até a palavra Bleistift “lápis” escrita como Bleystift…

Eu ainda não entendo muita coisa de alemão, mas eu tentei traduzir o final da terceira carta – que me parece ser a mais emocionada… lá vai o texto no original e a minha tentativa de tradução:


liebe mich – heute – gestern – Welche Sehnsucht mit Thränen nach dir – dir – dir – mein Leben – mein alles – leb wohl – o liebe mich fort – verken[ne] nie das treuste Herz deines Geliebten
L.
ewig dein
ewig mein
ewig unß

me ame – hoje – ontem – quanta saudade de você, quantas lágrimas – você – você – minha vida – meu tudo – despeço-me – querida, me afasto – nunca ignore o coração fiel de seu amado
L. (Ludwig) 
sempre seu
sempre minha
sempre nosso


(e agora a Elise se enterra morrendo de vergonha de seu alemão claudicante… =P)

Beethoven escreveu as três cartas no espaço de um dia. E no filme, a amada imortal é revelada, após a sua morte, como sendo sua cunhada, que devido a um terrível desencontro acaba por se afastar dele. É de dar dó… Beethoven passa a vida fazendo da vida da cunhada um inferno… até que ele compôe a 9ª e ela, ao assistir a apresentação, perdoa-o, dizendo que “não conseguiria odiar alguém que pudesse compor daquela maneira”… Já na “vida real”, ao que tudo indica, a identidade da Unsterbliche Geliebte permanece um mistério até hoje.

(Agora, imaginem só: Beethoven era praticamente surdo, tinha uma personalidade muito forte e difícil, e “leva um fora” do amor de sua vida. Tem como não se arrepiar com sua “Ode à alegria”, composta no fim de sua vida, apesar de todo esse sofrimento? Eu, pelo menos, fico arrepiada… e não é puxa-saquismo por causa da outra música, Für Elise… )

Eu vou tentar traduzir direitinho as cartas, mas vai ser aos poucos… pra quem quiser ler uma versão já traduzida para o português – não por mim, óbvio =P – é só clicar aqui. E eu recomendo esse filme a todos… é muito lindo! O fim de Beethoven é triste… mas quem disse que as mais belas histórias de amor precisam ter um final feliz? (Romeu que o diga…)

4 comentários :

  1. elise

    obrigado pelo link e parabéns pelo blog. uns tempos atrás o meu post era o 1º no google, "but" depois q ele passou a ranquear blogs mais rápidos em 1º lugar perdi zilhões de posições, apesar de ñ ligar pra isso. afinal, quem fuça sempre acha oq quer, né ñ?

    1 abraço

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  2. Olá, Elise!

    Como você bem observou pelo Feedjit, estive aqui ontem mas não havia conseguido comentar seu ótimo artigo.

    Confesso que meu conhecimento sobre Beethoven é pífio. Conheço apenas algumas de suas sinfonias (e só sabia o nome da "Ode to Joy") e o fato dele ser surdo. Por isso, li seu texto com enorme prazer, ao conhecer um pouco mais sobre sua história.

    É ótimo vê-la de volta!

    Um abraço!

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  3. Oi,Li.Adorei o post ,achei interessante!!Saudades e Bjos

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  4. O nosso ter que ser ?
    Apenas chore sofra sem muito disso que eh banal

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