Há exatos 3 anos, 4 meses e 17 dias eu via o meu nome na lista da 1ª chamada da FUVEST. Finalmente eu havia passado no vestibular pra cursar o Bacharelado em Letras – a outra faculdade em que eu entrei, a Fundação Santo André, só oferecia a Licenciatura, e esse foi um dos motivos pelos quais eu larguei antes de terminar o 1º ano. Não faz tanto tempo assim, se considerarmos que eu ainda estou um tanto longe de me formar, mas ontem eu me senti um pouco estranha com o fato de eu estar lá desde 2009.
Eu postei aqui a notícia de que eu havia passado. Depois disso, veio toda a empolgação inerente a um calouro. Era tudo lindo, maravilhoso, a biblioteca era linda, o curso era lindo, a correria era linda… Daí veio a greve. E com ela veio mais correria ainda, como pode ser visto aqui e aqui. E acabou o primeiro semestre.
No segundo semestre eu mudei pro período da manhã e minha vida ficou meio caótica, porque acordar cedo nunca foi minha especialidade. O semestre passou, eu me virei como pude, e até fiquei na expectativa do final do semestre, escrevendo sobre isso aqui, aqui e aqui. E surtei de alegria quando consegui vaga no bacharelado em Alemão.
Depois disso eu dei um tempo de comentar minha saga acadêmica porque a chapa esquentou, a casa caiu, etc, etc. Lembro que os maiores feitos que eu consegui foram:
- Não reprovar em nenhuma matéria, mesmo que isso significasse passar com a média perto da mínima;
- Sobreviver a mais um semestre estudando de manhã;
- Tirar 10, finalmente, num trabalho de literatura brasileira.
[Os dois últimos itens podem ser conferidos brevemente aqui]
Daí então passou-se o segundo e o terceiro ano da graduação. No começo desse ano eu escrevi sobre a matrícula no 7º semestre. De lá pra cá, mudaram três coisas: me matriculei numa disciplina chamada Cultura do Povo Judeu na Idade Média – que é simplesmente FANTÁSTICA; desisti de Literatura Infantil e Infanto-Juvenil, e me matriculei em Introdução à Literatura Alemã; e tranquei ela logo em seguida, junto com Cultura Russa I. No fim, fiquei com cinco matérias, três obrigatórias e duas optativas.
Daí chegamos no dia de ontem. Era o último dia de aula em duas das obrigatórias, Teoria do Texto e Introdução à Tradução do Alemão. A expectativa maior era em Teoria do Texto, porque o trabalho foi em grupo e foi meio tenso de fazer; já na outra, eu estava razoavelmente tranquila, porque eu cursei Introdução aos Estudos Tradutológicos no ano passado e a teoria ainda está um pouco fresca na minha cabeça, consequentemente a prova prática de tradução não era tão assustadora assim.
Havia também outro motivo: Teoria do Texto é a minha última disciplina obrigatória do bacharelado em Português. Do oitavo semestre em diante, só terei obrigatórias do Alemão pra cursar. Então a tensão pra saber a nota do trabalho era grande. E quando vi que o trabalho recebeu 8,5 na avaliação, eu suspirei aliviada. Como tirei 4,5 na prova, precisava de no mínimo 5,5 neste trabalho. Então a nota foi suficiente para fechar a disciplina.
E fechar também o bacharelado em Português.
Certo, eu ainda tenho uma optativa eletiva pra cursar – e farei Poemas Hesiódicos –, mas o que interessa aqui é que TUDO o que eu precisava fazer, no mínimo, pra obter o título de bacharel em Português – o que inclui a língua e as literaturas brasileira e portuguesa – eu fiz. E sem uma única reprovação, diga-se de passagem.
Daí eu saí do prédio – não haveria aula – pra esperar a Aline, que passou na FUVEST esse ano e está cursando o Ciclo Básico, o mesmo que eu cursei em 2009. Sentei com um livro da Agatha Christie na mão, e alguns minutos depois notei três calouras conversando sobre a matrícula pro semestre que vem. Automaticamente chamei a atenção delas e tirei as dúvidas que elas tinham. Porque se tem alguém que manja de matrícula, esse alguém é um veterano no 4º ano da graduação.
E foi isso que me fez me sentir um tanto estranha. Porque parece que foi ontem que eu fui às lágrimas quando vi meu nome entre os aprovados na FUVEST. Parece que foi ontem que eu me empolguei com os livros da Ana Cristina César na biblioteca. E a sensação de tirar 10 num trabalho de Literatura Brasileira ainda está bem fresquinha. Mas ontem eu encerrei a última obrigatória do Português que ainda restava. E nas próximas semanas eu encerrarei o 7º semestre da graduação.
Ou seja, eu até sei que 3 anos, 4 meses e 17 dias é uma porção considerável de tempo, mas pensando nisso agora, e mesmo que os últimos dias de aula sempre se arrastem por causa das provas e trabalhos, parece que estes sete semestres passaram voando por mim e eu nem vi.
E quando um colega meu disse “ah, meu sonho!”, quando eu contei pra ele que tecnicamente eu já sou uma bacharel em Português, eu tive vontade de dizer a ele “calma, você vai passar no vestibular, e o tempo vai passar tão rápido que quando você menos esperar o diploma estará na sua mão”.
Porque se esse tempo todo passou voando, e parece que foi ontem que eu passei na FUVEST, então o período de um ano e meio que teoricamente ainda resta pra eu me formar vai passar mais rápido ainda.
PARABÉNS, parabéns, parabéeeens!! Bacharel em português!! Tu merece, mana, a pessoa mais esforçada do mundo! ^.^
ResponderExcluirValeu, Lu! Não sei se eu sou a pessoa mais esforçada do mundo, mas sei que o esforço pra chegar até aqui foi grande! :D
ExcluirÉ sim, e recebeu a recompensa! Bora se gabar um pouco, linda!
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