sexta-feira, 22 de abril de 2016

Me leve pra igreja.

[aviso pros puristas: eu sei que essa música – Take me to church, do Hozier, um moço irlandês que tem um vozeirão potente e que lançou seu primeiro EP em 2013 –tem um POV masculino direcionado a uma mulher e um clipe que puxa a questão da homofobia e da intolerância religiosa, mas aqui teremos a visão de uma mulher que, apesar de ser bissexual, direciona every fucking word dessa tradução a um homem. ouça a música em inglês/veja o clipe aqui.]

Meu amor tem bom humor
É o riso em um funeral
Sabe da desaprovação de todo mundo
Eu devia tê-lo venerado antes

Se os céus já falaram algum dia
Ele seria o último porta-voz verdadeiro
Cada domingo está ficando mais sombrio
Um veneno novo a cada semana

Nascemos doentes, você os ouviu dizer

Minha igreja não oferece absolvição
Ela me diz “venere no quarto”
O único paraíso pro qual serei mandada
É quando estou sozinha com você

Nasci doente, mas amo isso, ordene que eu fique bem

Amém.

Me leva pra igreja, vou venerar como um cão no santuário de suas mentiras, te contarei meus pecados pra que você possa afiar sua faca, me ofereça a minha morte imortal, oh deus, me deixe te dar minha vida!

Se sou uma pagã dos bons tempos
Meu amor é a luz do Sol
Para manter a divindade ao meu lado
Preciso oferecer um sacrifício

Para drenar o mar, pego algo brilhante
Algo carnudo como prato principal
Eis aí uma bela teimosia
O que você tem guardado?
Temos vários fiéis morrendo de fome

Parece saboroso
Parece muito
Esse trabalho não tem fim

Me leva pra igreja, vou venerar como um cão no santuário de suas mentiras, te contarei meus pecados pra que você possa afiar sua faca, me ofereça a minha morte imortal, oh deus, me deixe te dar minha vida!

Sem mestres ou reis quando o ritual começar
Não existe inocência mais doce do que o nosso pecado suave
Na demência e no sustento dessa triste cena terrena
Só assim eu sou humana, só então eu estou pura

Amém.

Me leva pra igreja, vou venerar como um cão no santuário de suas mentiras, te contarei meus pecados pra que você possa afiar sua faca, me ofereça a minha morte imortal, oh deus, me deixe te dar minha vida!

quarta-feira, 20 de abril de 2016

[a volta do] Desafio musical [com o nome modificado] – 8. Um álbum intimista

Vamos voltar a falar de música nessa joça. Como vocês devem se lembrar, eu fiz uma lista de álbuns de música no ano retrasado (caramba!). Era um desafio diário, um álbum por dia. É quase um erro de conceito eu me propor a fazer uma lista diária no blog pra cumprir, mas esse não é o caso agora. Vocês podem ver essa lista aqui.

Daí o que eu resolvi fazer: em vez de fazer um post por dia na lista – porque o nome era Desafio musical de um mês – eu vou fazer com um espaço maior. Uma semana, ou três dias. Algo assim. Dependendo do meu tempo eu até consigo postar uma por dia, mas já aviso de antemão que eu prometo uma por semana. É isso ou eu me perco de novo. =)

Depois da explicação, vamos pro álbum, né? O álbum intimista que eu escolhi – e eu juro pra vocês que eu tinha escolhido ele no ano retrasado! – é o A Day in the Stark Corner, do Lycia.

<3

terça-feira, 12 de abril de 2016

A louca dos dispositivos móveis foi viajar…

Já fazia quase um ano que eu não punha meus pés em Curitiba. Considerando que desde 2004 eu vou pra lá pelo menos duas vezes por ano, eu já estava entrando numa, digamos, crise de abstinência sulista. Mas o que fazer quando a grana tá curta?...

Na quarta-feira eu liguei pro meu pai pra jogar conversa fora, falar dos meus projetos etc. Lá pelas tantas surgiu a pergunta:

- Quando você vem pra cá?

A resposta...

- Quando eu tiver dinheiro…

O que se seguiu foi um planejamento do lado de lá que se juntou a ideias do lado de cá e, de repente, ei-la:

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OK, vou viajar.

Na quinta-feira eu acordei com o modo secretina ligado. Fui resolver algumas coisas e passei o dia todo ocupada. Consegui parar pra fazer mala e me arrumar umas duas horas antes de sair de casa. Nesse meio tempo eu não parei pra colocar nem celular nem tablet pra carregar. Ou seja, eu provavelmente ia ficar incomunicável antes de chegar na parada em Registro e isso seria MUITO ruim. Mesmo assim, enfiei os dois na bolsa junto com o carregador (que é um cabo USB que se acopla a uma tomadinha, vocês provavelmente sabem do que eu tô falado) e hey ho let's go pra rodoviária. (Agradecimentos especiais ao meu irmão que me acompanhou até o ponto de ônibus ^^)

Entrei no ônibus, paguei a passagem e sentei no banco alto. E me deparei com um treco aceso na parede do ônibus.

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A primeira coisa que eu pensei foi “eba, uma tomada!”. Daí eu provavelmente produzi uma evidência de que eu possuo genes neandertais: peguei meu carregador e tentei plugar ali. É óbvio que não deu certo, porque o carregador tem um padrão de dois pinos redondos. Xinguei o imbecil do engenheiro elétrico que botou aquela tomada do tempo do meu bisavô num ônibus do século 21 e catei o tablet pra tirar uma foto desse disparate e xingar muito no Instagram. Tirei a foto acima, mas antes mesmo de ver como a foto ficou as cavidades da tomada me pareceram muito familiares. Olhei mais de perto e comecei a ME xingar.

A tomada inútil era, na verdade, um par de entradas USB.

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Shame on me, mas pelo menos eu ia chegar na rodoviária com um pouco de carga no tablet, pelo menos.

Daí fui feliz e contente pra rodoviária do Tietê, retirei a passagem etc. Desci para a Sala Vip da empresa de ônibus e fiquei lá, esperando, daí o ônibus chegou e eu fui sentar na minha poltrona, pensando em economizar a bateria pra chegar tudo inteiro em Registro. E tive uma surpresa muito boa quando o motorista disse que tinha tomada USB na poltrona!

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Resultado: passei as próximas seis horas ouvindo podcast feliz e contente com carga no tablet carregando os meus dispositivos móveis e cheguei em Curitiba com carga suficiente pra avisar todo mundo que eu estava viva, bem e a salvo… e com uma leve desconfiança de que estou sendo dominada pela minha tecnologia pessoal.

Minha estadia em Curitiba foi curta, mas deliciosa, como sempre. Voltei pra casa hoje, meu irmão foi me buscar na rodoviária já que eu trouxe praticamente a mudança dele inteira comigo, mas sem carga no celular, porque no ônibus que me trouxe de volta não tinha carregador na poltrona. Acho que não vou pegar mais aquele ônibus.