domingo, 2 de dezembro de 2012

O dia em que eu conheci o baixista do Joy Division

Creio que já é de conhecimento dos leitores do Litteraria o fato de eu possuir uma verdadeira adoração por bandas britânicas, em especial por três: Joy Division, Depeche Mode e The Smiths. Embora eu comente mais sobre Depeche Mode – porque é a única das três que continua na ativa –, eu conheci as outras duas antes de ter um contato maior com o DM.

O Joy Division chamou minha atenção. Na fita que eu ganhei da Fátima no 3º ano do Ensino Médio havia duas músicas: Transmission e Love Will Tear Us Apart. Logo depois eu comprei o Substance, e fiquei hipnotizada pela sonoridade, em especial por duas coisas: o baixo-barítono poderoso do Ian Curtis e o baixo intenso do Peter Hook. Ouso dizer que minha pretensão em tocar baixo era pra conseguir tocar músicas como Leaders of Men ou Komakino…

Enfim, o tempo passou, o Hook saiu do New Order – que é o “filho” do Joy, formado depois do suicídio do Ian – e passou a apresentar os álbuns do Joy Division ao vivo, na íntegra, junto com o The Light. Eu perdi a apresentação que rolou no Emme no ano passado, e fiquei meio frustrada. Daí ele anunciou um dj set aqui em Sampa, no Na Mata Café, no dia 27 de outubro. Pensei “eu vou”, mas daí algun$ problema$ aconteceram e eu já tinha praticamente descartado a ida.

Eu soube alguns dias antes – mais precisamente no dia da coletiva de imprensa do Depeche Mode, ou deveria eu chamar aquilo de reunião de jornalistas imbecis? – que a Ly Gore faria aniversário no sábado. Mas as chances de a gente conseguir comemorar o aniversário dela lá estavam diminuindo à medida que os dias passavam.

Mas eu não contava com o poder do Facebook. E no momento em que começaram a surgir promoções na página do Na Mata, na sexta-feira, minha teimosia e obstinação entraram em ação.

Eu comecei a participar de todas, na esperança de conseguir ao menos um par de ingressos, assim iríamos eu e ela. Mas a última promoção estava sorteando dois pares. E sabe-se lá por que raios, o outro moço que estava “concorrendo” não cumpriu uma das exigências pra ganhar a promoção – e lá estava eu ganhando DOIS PARES DE INGRESSO.

Imediatamente chamei a Ly e falei “a gente vai ver o Hook, caralho!”, e chamei o Marcel, outro soulbrother. O coitado estava subindo uma rua escura e eu ligando pra ele, mandando mensagens malcriadas no facechat. Ai ai.

No outro dia o Zam, que era o outro amigo que eu havia chamado, ligou dizendo que não ia rolar. Então chamamos o Luis, outro soulbrother, pra nos acompanhar. E lá fomos nós pro Na Mata…

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Ly Gore, Luis e Marcel

Chegando lá, o Luis deu de cara com o promoter que trouxe o set do Hook pra cá. Papo vai, papo vem, ele solta: “no final do set eu levo vocês no camarim”.

OI?

Enfim, a pista foi liberada, e lá fomos nós. Como bons devotees, quando o dj tocou Never Let Me Down Again só dava a gente pulando e gritando. Conselho de amiga: não fique perto de um bando de devotees quando começa a tocar Depeche Mode. Daí, quando a gente menos esperava…

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“Gente, o Hook tá no palco!”

Marcel grudou do lado direito do palco e eu me postei na frente da mesa, só pra variar [set do Fletcher mode: on]. Era bem aquela sensação anterior: um dos integrantes de uma das bandas que eu mais amo no mundo estaria a menos de dois metros de mim em questão de minutos.

Daí ele entrou.

54206_3978968119029_1693751925_oLadies and gentlemen, mr. Peter Hook.

Com o perdão do palavrão, o set que ele tocou foi DO CARALHO. Tendo feito parte, além do Joy e do New Order, de um projeto chamado Monaco, o cara SABE o que ele faz. Por falar em Monaco, devo dizer que eu e Ly passamos DIAS cantarolando “Sha la la la la la la… sha la laaaaaaa la la la la laaaaaaa”…

Estávamos lá na frente, conseguimos não arredar pé dali, apesar de as “patricinhas” tentarem a todo custo tomar o lugar do Marcel perto do palco, hehehehehe.

599052_3979238045777_1823298648_nSerá que a gente tava perto do Hook?

Eu dava um berro a cada vez que ele tocava Joy Division. Ly parecia pipoca, pulando sem parar – isso porque havia me dito que talvez não aguentasse a noite de pé; lembro de quando ele começou a tocar Insomnia, do Faithless, ouvi-a dando um grito e começando a dançar como se não houvesse amanhã. Marcel parecia estar em transe. Luis tirava milhões de fotos nossas. E o Hook espancava lindamente o set do Fletcher. Ele não usou computador, o set foi todo feito na raça. E foi foda. Durou quase três horas…

Daí acabou, e a gente seguiu o produtor. Lembram que ali em cima ele disse que nos levava no camarim? Então. Uns dez minutos depois, Peter Hook olhava pra mim e pra Ly e dizia “You didn’t stop dancing!”. Minha resposta? “I couldn’t”.

135821_3978973839172_921540827_oSim, eu agarrei o Peter Hook. E depois disso ainda
dei um beijo e um abraço nele. Julguem-me! =P

Depois disso, o que a gente faz? Vai comer. Vai descansar. Vai cantar What do you want from me? durante uma semana inteira. E vai contar pros netos que a gente conheceu o baixista do Joy Division num surto de surrealidade do destino

10 comentários :

  1. Esse momento não seria o que foi - inenarrável - se não tivesse vivido ao lado de vocês. :)

    Sha la la la la la la... :D

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    1. Sha la laaaaaa la la la la laaaaaaa...

      Foi histórico, Ly! E foi demais ter a companhia de vocês ali! :D

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    2. Vai ficar pra sempre na história, maninha! Os anos se passarão e a gente ainda vai relembrar disso! :)

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    3. Sim... e vai continuar cantarolando a letra de What do you want from me?... Sha la laaaaaaaaaa la la la laaaaaaaaaaaaa... :D

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  2. Pessoas especiais atraem coisas especiais! Que bom que você conseguiu realizar seu sonho!Espero realizar o meu de ver os caras do DM ao vivo!
    REACH OUT!

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    1. Nhaaaaaaaaaaaaaaa... a gente vai conseguir realizar esse sonho, porque ele também é meu...

      REACH OUT! :D

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  3. Vcs duas merecem isso! Queria eu, um dia quem sabe... essa Elise é uma senhorita de sorte :D beijao nesse coração espaçoso

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    1. Ô Riva, sou uma senhorita de sorte por ter os amigos que eu tenho! :D

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  4. Now it´s time to pay the price, for listening to great advices, and deciding in your youth... attendin ONE very special gig with us at u know where!Thanks for callin me in... That was a very dear n speechless nite!
    Cheers my sweet princess

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    1. The price I paid wasn't a price... was a PRIZE! Thanks for goin' with us - that wouldn't be possible without your help! ;)

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