terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ser introspectivo cansa!

Ontem eu provei que um dos itens daquelas listas sobre pessoas introspectivas, mais especificamente sobre introspectivos precisarem recarregar as energias depois de "situações sociais", e que era o único que não se completava muito bem na minha vida, está irreversivelmente correto.

Acordei já pensando que a única tarefa que eu havia atribuído a mim mesma seria a finalização do último trabalho desse semestre letivo (e talvez o último dessa graduação!). Claro que eu não ia conseguir fazer: era folga da minha mãe e meu tio nos faria uma visita. Então eu deixei o pensamento do trabalho de lado e me lancei às várias atividades nas quais fui envolvida.

Quando cheguei em casa já era noite, umas 21h, e eu não conseguia me lembrar direito nem quantos anos eu tenho.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

24, 48, 168 horas.

Falta pouco mais de 4h para apresentar um seminário, pouco mais de 30h para entregar um trabalho sobre Literatura Alemã Contemporânea e cerca de 168h para entregar um trabalho sobre Literatura Alemã na República de Weimar.

A essa hora da madrugada, estou exausta, sem conseguir dormir.

Ontem entreguei um trabalho também, um projeto de tradução. Isso encerrou a penúltima disciplina da minha graduação.

Mesmo pensando nisso, continuo exausta.

Desde o início do semestre, não consigo relaxar nem à força. O fato de faltar apenas dez créditos para pedir a colação de grau me mandou pra um estado de tensão que engatilhou uma insônia pior do que a que eu já tinha. Ser ansiosa também não ajuda. E à medida que eu ia perdendo aulas por não conseguir dormir,  a tensão aumentava ainda mais e a ansiedade piorava e a insônia aparecia mais uma vez.

Terminar a faculdade não parecia tão terrível nem nos meus piores pesadelos.

A parte irônica da tensão é que o pontapé inicial em direção ao atraso de dois anos no curso vai completar três anos na semana que vem. A primeira reprovação a gente nunca esquece...

--

Precisei escrever esse texto justamente para tentar acalmar um pouco a ansiedade. A exaustão não vai passar até que o último trabalho seja entregue, e a tensão só vai se dissipar quando a última nota estiver no JupiterWeb.

O que me consola é que, quando as duas passarem, eu estarei formada.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Schreiben...

Escrever é fácil, mas é difícil.

Escrever pode ser uma delícia e também um suplício.

Eu tenho vontade de escrever todo santo dia, mas não tenho.

Toda vez que eu quero me concentrar em um texto o mundo acontece e eu perco o timing. Ou me desinteresso pelo assunto porque de repente a Internet toda está falando sobre isso. Não que eu queira exclusividade, simplesmente não acrescentaria nada escrever a minha opinião a cada acontecimento do mundo.

Ou os projetos. Recebi uma porção de sugestões muito boas na pesquisa que publiquei aqui no Litt há algum tempo, mas decidi me recusar a começar qualquer projeto enquanto eu não puder me dedicar a ele. Isso é bom para amadurecer o projeto, mas ao mesmo tempo meu cérebro fica perguntando "a hora já chegou? e agora? e agora?" praticamente o tempo todo.

E tenho sentido falta de escrever. De verdade.

Esse texto aqui está sendo escrito de madrugada, estou caindo de sono, mas se eu não grudasse no tablet e digitasse, perderia de novo o timing. Vou postar sem revisar, mesmo. Acho que é porque quando a gente sente muita falta de algo, agarra a primeira oportunidade disponível pra ter esse algo de volta. Mesmo que o braço durma ou os olhos fechem sem querer.

Só sei que eu precisava escrever.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

drive.txt

5h10 da manhã, toca More na rádio enquanto paro em mais um farol vermelho. Ouço minha voz acompanhando a do Andrew enquanto olho mecanicamente para os lados e para frente, segunda marcha, acelera, terceira marcha, acelera, quarta marcha. Reduz, ponto morto.

And I want more!

A pista livre, um ou outro ônibus. Acelera, troca marcha. Olha pra frente, pros lados.

D'you get scared to feel so much?

Não deu pra não sentir nada depois de uma descida e uma subida e uma reta e um farol aberto. Olha pro lado, olha pro lado de novo.

Some people get by with a whole lot more.

Faço a curva e mais uma. Marcha ré. Primeira vez que acerto. Virada, morrendo de sono. Aguenta até mais tarde, vai ser preciso voltar. E olhar pro lado novamente.

And I need all the love I can get,
and I need all the love that I can get to.

(02/10/2015)

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Hoje é #robgordonday

Um dia eu vi uma publicação da Michele. Era um texto chamado O Casal. Li, e amei o texto. Achei que o autor era bom com as palavras. Como eu gosto de fuçar o blog alheio, fui ler mais algumas coisas.

Não demorou muito pra eu ficar viciada no Championship Vinyl e assinar o feed pra ler tudo o que o Rob Gordon escrevia.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

The system is approaching lightspeed

Ideias aos milhares todos os dias correndo entre as horas alcançando os minutos ultrapassando os segundos saindo pelas orelhas entrando pela boca com o ar que vai circular pelos pulmões que encontrarão fôlego novo pra suspirar por causa de mais uma ideia que mal apareceu e já fugiu correndo com medo da outra ideia que vinha atrás e nem deu espaço pro insight que mesmo assim se espremeu entre as fileiras de projetos sequer esboçados e mandou diretamente ao centro nervoso e irritado a solução viável pra uma ideia que ainda nem apareceu. Ainda.

No meio disso tudo a estrutura baseada em carbono e encharcada de água tenta não se distrair do mundo real enquanto seu mundo interior parece ter despertado de uma hibernação longa demais pro seu próprio bem-estar.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Dia do profissional de Letras… hmmm…

Canetas por todos os lados. Papéis que não acabam nunca. Livros, livros, livros e mais livros. Post-it, corretivo. Marca-texto. Mais papéis. Dicionários. Manuais. Gramáticas.

Técnicas variadas: para traduzir, para revisar, para escrever resenhas, ou resumos, ou ensaios, ou monografias. Para analisar textos, seja lá se forem em prosa ou em versos. Técnicas didáticas.

"Mas fazer Letras dá dinheiro?" Depende. Você quer fazer o que gosta e gostar do que faz, ou você quer só pegar o diploma e pronto, tudo resolvido? Se for a primeira alternativa, sim, dá, mas demora. Claro que demora. Mas vem. Não é muito, às vezes até falta, mas não tem problema. Você está fazendo o que ama e amando o que faz. Mas se quiser escolher a segunda alternativa, vá fazer outro curso. [Isso vale pra qualquer graduação, mas nós, da Letras, ouvimos bastante isso.]

Eu tenho mais canetas do que tempo pra usá-las. Tenho mais papel do que coisas a escrever. Tenho mais livros do que consigo ler. Dicionários e gramáticas e manuais, eu os tenho também. A técnica não é dominada completamente, nunca será: sempre há algo a mais pra aprender.

E eu tenho orgulho de ser uma profissional de Letras. Por mais que eu não tenha o prestígio de um médico ou a conta bancária de um engenheiro.

Porque eu tenho uma coisa mais importante: amor pelo que eu faço.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Rapidinha: ajuda eu?????

Pessoas, preciso de uma ajudinha aqui. Criei uma enquete e gostaria muito, muito, muuuuuuuuito que vocês respondessem. Estou com umas ideias pro Litt e, antes de colocá-las em prática, gostaria de ler-ouvir-receber a opinião de vocês.

Lá vai. Cliquem no link abaixo, façam isso por mim e eu prometo recompensar todo mundo! :D

Formulário para ajudar o Litteraria :D

Muito obrigadinha antecipadamente pra quem responder! <3

terça-feira, 5 de maio de 2015

Traduzindo músicas: Emilia – Big big world

Coisas estranhas acontecem quando vou ao supermercado com a minha mãe. Por exemplo, lembro-me de estar uma vez, há cerca de 14 anos (porra!), com ela fazendo despesa de madrugada num Pão de Açúcar 24 horas e do nada começar a tocar It's no good do Depeche Mode nos alto-falantes. Eu parei feito um dois de paus no meio do corredor das massas e fiquei olhando feito uma retardada pro teto enquanto o Dave cantava que estava subentendido quando alguém dizia a ele que o queria, que precisava dele e que o amava. Mas divago.

Ontem eu estava lá fazendo compras com a minha mãe quando de repente, não mais que de repente, eu ouço uma música vagamente familiar saindo dos alto-falantes do supermercado. Não, não era Depeche Mode. É pedir demais que se toque Depeche naquele mercado. Era outra música, e dessa vez eu não fiquei parada feito um dois de paus olhando feito uma retardada para o teto. Em vez disso, desviei meus olhos das latas de creme de leite e anotei no bloco de notas do celular o que eu havia identificado de uma das estrofes da música:

I'm a big, big girl in a big, big world

Essa música provavelmente faz parte da minha vida desde que ela foi lançada, em 1998, como um single do álbum de estreia da cantora Emilia. Ela é lá da Suécia e tem outros álbuns lançados, além desse de estreia, que também se chama Big Big World. Mas naquela época eu não consegui identificar de quem era e nem qual era o nome, porque naquela época não havia essa facilidade toda de anotar o trecho de uma música no celular, chegar em casa e jogar no Google pra descobrir até que a cantora participou de uma seleção para o Eurovision mas ficou em nono lugar, ou que a Angélica gravou uma versão dessa música chamada Big Big Mundo… ¬¬

Mas ainda bem que agora existe essa facilidade toda! Sem isso eu não teria ouvido ela inteira e acompanhado a letra – algo que vocês podem fazer agora mesmo! ;)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

It's aliiiiiiiiive!

Perdoem a blogueira. Dessa vez o sumiço teve a ver com o fato de eu ter esquecido de pagar o registro do domínio do blog. Daí ele saiu do ar. Agora já tá tudo resolvido.

Durante a semana vou tirar a poeira daqui e escrever algumas coisas. Ok?

:)

sábado, 21 de fevereiro de 2015

50 fatos sobre mim - ato III


21. Eu era extrovertida demais quando era mais nova, pirada, louquinha mesmo, mas desde os 22, 23 anos eu fiquei mais introvertida. Não sei se isso é normal, mas fui ficando meio bicho do mato com o passar do tempo. Hoje em dia o melhor lugar pra me encontrar geralmente é quieta, no meu canto.

22. Um tanto relacionado com o fato acima, eu tenho uma dificuldade enorme de me aproximar de pessoas a quem eu admiro ou que me impressionam. Eu fico sem graça, com medo, envergonhada mesmo. Já aconteceu muito de eu pensar "nossa, tal pessoa tá MESMO falando comigo? não é possível, deve estar me confundindo com alguém" ou "sério que eu tou conseguindo conversar com essa pessoa?" quando o contato acontece. E mesmo com pessoas que se tornaram amigos/as eu ainda tenho dificuldade em me expressar.

23. Eu dava trabalho pro meu pai quando era pequena porque ele me punha pra dormir e eu não dormia. Daí ele lia historinhas e eu não dormia. Então ele resolveu me mostrar as letras e depois as sílabas e depois as palavras e foi assim que com três anos eu já sabia ler.

24. Por causa disso, eu não fiz a primeira série do primário (ou ensino fundamental, pra quem não é velho como eu). A professora não sabia o que fazer comigo e me puseram como ouvinte numa sala da segunda série. A professora da segunda série ficou pasma porque eu sabia o que era um hiato com sete anos de idade. Fiquei naquela turma até o fim do ano e fui a melhor aluna da sala. No ano seguinte me puseram na terceira série e eu ia acompanhando muito bem até que, durante o processo de regularização da minha matrícula, veio uma ordem da secretaria de ensino, acho, pra que me pusessem de volta na segunda série. Daí eu cursei tudo de novo, fui pra terceira série, fiz direitinho a coisa toda, e antes que alguém resolvesse me mandar pra quinta série, porque eu ainda estava mais adiantada do que o resto da turma, minha mãe me tirou de lá e me matriculou em outra escola.

25. Com 16 anos eu cometi a insanidade de ler Crime e Castigo. Eu amo aquele livro, mas ler aquilo numa época em que eu estava questionando várias coisas sobre mim mesma fez com que eu surtasse e ficasse mais ou menos uma semana fora do ar. Só muito tempo depos eu li pela segunda vez e entendi algumas partes do livro - e consequentemente o motivo pelo qual eu havia surtado.

26. Com nove ou dez anos eu era obcecada pelo filme Meu primeiro amor. Perdi as contas de quantas vezes eu assisti o filme, mas foram muitas, a ponto de decorar TODAS as falas. Eu queria ser a Vada! Até hoje eu lembro das falas, e até hoje eu me acabo de chorar na cena do velório do Thomas...

27. Eu sou destra. Talvez esse não seja um fato tão interessante, visto que a maioria da população mundial é destra, mas quando eu era pequena eu queria ser canhota. Até consigo escrever com a mão esquerda, mas sai tudo torto.

28. Eu tenho uma aflição terrível relacionada com aranhas. Não chega a ser medo, talvez porque aqui onde eu moro não exista nenhuma espécie de aranha venenosa, mas quando eu me deparo com um bicho que tem quatro pares de patas se movendo com a velocidade que só quatro pares de patas podem proporcionar, minha espinha gela e eu tenho que olhar pra outra coisa.

29. Eu já fui ruiva. Um dia eu estava muito puta com meu primeiro namorado, nem lembro mais por que, e resolvi gastar minha hora de almoço no salão. Na época meu cabelo chegava quase na cintura, e quando eu disse "corta na altura do queixo e pinta de cereja" a cabeleireira quase caiu pra trás. Não sei mais quanto tempo mantive a cor, mas sempre que eu ia refazer a tintura eu saía do salão parecendo um palito de fósforo.

30. Depois da aventura acima levei dez anos pra deixar o cabelo crescer de novo. Como vocês bem sabem, eu não tenho parafusos na cabeça, então por um bom tempo eu mesma cortava meu cabelo. Eu aproveitava que ele ficava lisinho no banho e separava duas mechas de franja na frente, passava a mão numa daquelas tesouras de cabo preto que se usa pra cortar papel e picotava a parte de trás. Geralmente ficava bom, mas uma vez fiz uma cagada tão grande que tive que ir no salão pra consertar o estrago.

(continua)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Rapidinhas: me empresta a senha do wifi pra eu escrever no blog?

Fiquei dois dias sem internet em casa e quase fiquei louca.

A parte 3 da série 50 fatos sobre mim tá quase pronta - estaria no ar se eu não tivesse dado skip na regra fundamental sobre editores de texto: escreve e salva. E talvez eu nem tenha tanta coisa assim pra falar de mim, mas vamos tentando...

Daqui pouco menos de uma semana começam as aulas de novo. Tou indo pro SÉTIMO ano. É, amiguinhos, se vocês acham que é difícil entrar na USP, garanto que não é tão difícil quanto sair de lá. Principalmente quando seu cérebro resolve dar uma voltinha no mundo dos transtornos de personalidade... Enfim. Quase jubilei no semestre passado, mas passei no que eu precisava. Raspando, mas passei. E pra esse semestre são duas matérias: Romantismo e Classicismo (é, pela terceira vez) e Introdução à Editoração (que é a última optativa que eu preciso). Também mudei de horário de novo. Oh céus, ainda bem que são só dois dias...

E consegui FINALMENTE ALELUIA fechar um jogo sozinha. Agora que derrotei o mestre sem ter dado uma única porrada nele, posso trabalhar em paz...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Minha vida de acordo com: Wolfsheim

Você é um homem ou mulher: Annie

Descreva-se: Kiss the wall

Descreva o local onde você vive atualmente: Gates

Se você pudesse ir a qualquer lugar, onde você iria? Künstliche Welten

Sua forma de transporte preferido: Approaching lightspeed

Seu melhor amigo? Real

Você e seu melhor amigo são: Tender days

Qual é o clima?  Kein zurück

Hora do dia favorita:  Everyone who casts a shadow

Se sua vida fosse um programa de TV, como seria chamado? Heroin... she said

O que é vida para você: Where greed talks

Você sorri: Once in a lifetime

Você chora: It's hurting for the first time

Seu penúltimo relacionamento: Entropy

Seu relacionamento atual: Closer still

Seu medo: Find you're gone

Qual é o melhor conselho que você pode dar: Leave no deed undone

Pensamento do Dia: Love is strange

Seu Lema: Scars remain / This is for love

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Por dentro da minha cabeça quando ouço música…

Cacete, já é 20h30. Isso é o que dá dormir até as 17h. Vamos lá, Elise, vamos abrir esses arquivos porque isso deve ser entregue amanhã cedo. Quer ouvir música? Beleza, eu coloco uma aqui. Faz tempo que você não ouve música de propósito, né? Não, deixa que eu escolho. Vamos ver… hmmm… Lacrimosa, pode ser? Aquela que você ama, que nem percebe que é em alemão porque começa a cantar assim que entra a letra. Tá, vai ser essa mesma.



Dreht Euch um und läuft davon.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

50 fatos sobre mim - ato II

(ato I)

11. Moro em São Paulo há mais de vinte anos, mas nasci em Santo André. Fiz o ensino médio lá, e anos depois, mais oito meses de Letras numa faculdade particular. Como passei a adolescência praticamente inteira por lá, sinto-me em casa cada vez que preciso ir no centro da cidade, mesmo que eu passe anos sem pisar pra fora de São Paulo.

12. Sou apaixonada por arqueria e prática de tiro. Talvez isso venha do fato de eu ser obcecada por atividades relacionadas à precisão. Nunca pus a mão num arco, e só atirava com a pistola do Dynavision pra matar patos quando jogava Duck Hunt, mas frequentar um stand de tiro e praticar arqueria também estavam naquela lista de "cem coisas pra fazer antes de morrer".

13. Adoro dirigir, tenho carta de motorista, mas ao mesmo tempo tenho pavor de pegar um carro pra andar com ele. A primeira vez que peguei um carro depois que saiu minha CNH eu consegui a façanha de errar o lado pra onde eu ia (estava tirando o carro de ré de uma garagem) e bati a traseira na porta de um carro que estava parado do outro lado da rua. De lá pra cá dá pra contar nos dedos de uma mão as vezes que eu fui pro volante.

14. Apesar de fazer Letras, a única coisa da qual eu me lembro das aulas de gramática é da lista de preposições. Acho que foi a professora da 7a. série que nos fez decorá-las. Não lembro de ter aprendido, na época, pra que elas serviam. Tudo o que eu sei de gramática normativa eu aprendi lendo MUITO. Comecei a trabalhar com revisão há cinco anos confiando puramente na minha intuição e no que aprendi por mim mesma.

15. Nunca quebrei nenhum osso, mas precisei ficar com a mão direira imobilizada duas vezes. A primeira foi quando meu irmão sentou em cima da minha mão e ela inchou e começou a doer de um jeito bizarro, e a segunda foi quando eu me acidentei descendo do muro de casa segurando na lança do portão. Essa última me rendeu dez pontos, dois deles entre os dedos anelar e mínimo, e uma cicatriz engraçada na palma da mão.

16. Falando em cicatrizes, meu joelho esquerdo é a prova de que eu não devo mais tentar subir escadas rolantes que estão descendo...

17. Quando eu era pequena e morava em apartamento eu tranquei a porta da sala por dentro enquanto minha mãe conversava com a vizinha no corredor. Meu irmão - mais novo do que eu - estava no apartamento e a janela da sala estava escancarada. Eu não conseguia destrancar a porta e entrei em desespero, e minha mãe, sabe-se lá como, passou da janela da sala da vizinha pra nossa numa manobra digna de dar inveja a qualquer alpinista.

18. Eu como praticamente qualquer coisa, não tenho muita frescura pra me alimentar. Mas fígado de boi, miúdos de galinha e abóbora são coisas das quais eu não posso chegar nem perto. Tenho ânsia de vômito só de sentir o cheiro.

19. Sempre quis escrever um livro, mas nunca fui boa em criar narrativas. Depois que li As brumas de Avalon desisti de escrever em prosa. Algum tempo depois comecei a escrever poemas do nada. Um dia me toquei de que tinha poemas suficientes pra lançar o bendito livro,  mas perdi a coragem.

20. Pode parecer mentira, mas eu tenho uma preguiça enorme de estudar. Sempre fui bem nas matérias da escola, mas não tenho um pingo de saco pra ficar estudando pra passar em qualquer coisa - concurso, vestibular, prova, disciplinas da faculdade. A única coisa que me faz ter vontade de estudar é meu próprio interesse em algum assunto. Por exemplo, não é à-toa que o único 10 que eu tirei em literatura até hoje foi em um trabalho sobre Álvares de Azevedo sem ter entrado em mais do que duas aulas no semestre inteiro.

(continua)

50 fatos sobre mim - ato I

(Inspirado pelo Pirulla e pelo Cauê Moura)

1. Eu não tenho febre há dez anos. Na última vez eu alcancei 39 graus, tremia feito vara verde. Era uma gripe fortíssima. O remédio pra aliviar os sintomas me deu uma crise alérgica, o antialérgico me deu muito sono. Desde então eu posso estar um trapo, parecendo um zumbi, mas minha temperatura não passa de 37.

2. Eu tenho uma habilidade de me concentrar em detalhes que chega a me assustar às vezes. Qualquer coisa pode me chamar a atenção e se fixar na minha memória. Isso já me foi extremamente útil, mas às vezes é meio perturbador.

3. Fui católica por dezesseis anos e nunca fui capaz de entender o lance do sacrifício de Jesus pela salvação da humanidade. O catequista tentou me explicar e eu era bem aplicada nas aulas do curso dominical, mas fui crismada sem entender que papo é esse.

4. Sei fazer tricô, crochê, bordado em ponto cruz e sei manusear um tear pequeno, daqueles usados pra tecer cachecol. Sei fazer sabonete e hidratante. Sei fazer bijouteria. E não sei quanto tempo faz que não faço nada disso.

5. Sou absolutamente apaixonada por ginástica artística (que no meu tempo ainda era chamada de ginástica olímpica). A primeira vez que eu vi os vídeos da Nadia Comaneci e da Olga Korbut eu chorei. Sério. Eu posso passar o dia inteiro vendo vídeos de competição no Youtube, ou, em época de competição televisionada, eu paro o que estou fazendo pra assistir.

6. Eu adoro ler e já li centenas de livros, mas por algum motivo que Freud provavelmente explica, eu odeio fazer análise literária. Não que eu não saiba fazer e não me arrisque a fazer algumas - mesmo porque eu sou obrigada a isso na faculdade. Mas quando eu preciso ler 432764379 textos bastante parecidos pra explicar por que o Werther era um lunático obcecado, perde a graça e a coisa toda fica forçada.

7. Eu só sinto frio em duas situações: quando está MUITO frio, a ponto de eu desenterrar minha meia-calça mais grossa e minhas boinas de lã pra ficar em casa; ou quando eu estou com MUITO sono, a ponto de dormir se eu encostar em algum lugar por mais de dois minutos.

8. Falando em meia-calça, essa citada acima é parte do meu uniforme de ballet. Fiz aulas por uns seis meses, e tinha tudo: collant, sainha, meia-calça, sapatilha, calça bailarina etc. Cheguei a conseguir calçar a sapatilha de ponta e manter o equilíbrio, mas, depois de mais de dez anos, não me atrevo mais a dar piruetas. E as únicas coisas q restaram foram a meia-calça e a calça bailarina.

9. Fiz uma daquelas listas de "cem coisas pra se fazer antes de morrer" e nem sei mais por onde ela anda. Lembro que havia as clássicas "plantar uma árvore" (não fiz ainda) e "viajar pra fora do país" (também não fiz), e consegui passar na USP. Mas fiquei frustrada quando soube que o primeiro item da minha lista - ver a OSESP na Sala São Paulo executando a Nona Sinfonia de Beethoven - estava rolando e eu, além de estar longe de lá, não tinha um puto no bolso.

10. Se eu não estiver exausta ou totalmente relaxada, eu não consigo dormir sem estar ouvindo alguma coisa com o fone no ouvido. Tenho duas playlists no Youtube só pra isso, e em caso de falta de internet, tenho a CBN (que é uma excelente fonte de notícias mas repete programas por dias) salva na memória do celular e do MP4.

(continua)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sobre insônia, algum senso de beleza e música

Toca Stay do U2 no fone. Não sei se essa é uma boa música pra ouvir no meio de uma madrugada insone, já que ela é uma daquelas que não fala comigo, fala com o meu inconsciente. Ou com a minha alma. Fala com alguma coisa lá dentro, bem fundo, algo que consegue se resguardar do cotidiano. Algo que mantém intacto o senso esquisito de beleza que eu tenho.

Já aconteceu mais cedo. Com Losing my religion do R.E.M. Dessa todo mundo gosta, mas há duas estrofes nessa música que me paralisam. Eu já cheguei a interromper uma conversa numa balada porque ela começou a jorrar do autofalante.

Agora são os acordes de Wish you were here do Pink Floyd que invadem meu cérebro. Ela me pergunta "did you exchange a walk on part in the war for a lead role in a cage?" e eu não sei onde enfiar a cara. Afinal, what have we found, eu e meu inconsciente, the same old fears?

Antes do R.E.M. foi Crystal do New Order. Não foi a música, mas a banda. Eu gosto de uma fase específica do NO - e o álbum Get ready NÃO é dessa fase - e ouvir o baixo do Hook nessa música me atirou direto nessa fase.

Todas elas me distraíram um pouco dessa sensação morna que gruda em mim cada vez que meu cérebro resolve que não quer desligar nem a pau. Se até o J.A.R.V.I.S. implora pro Tony Stark deixá-lo dormir, não sei por que o amontoado de neurônios que eu tenho aqui se recusa a ficar em stand-by por algumas horas.

O bom é que, se o cérebro se recusa a relaxar, pelo menos parece que aquela coisa lá dentro, no fundo, que pode ou não ser uma alma, ou meu inconsciente, acabou por ficar com os olhos brilhando de admiração pela beleza dessas músicas. Nem sei se é relevante que eu conscientemente entenda o que esse outro lado vê nelas. Acho que não.

Mas se tivesse tocado Being boring do Pet Shop Boys ou Silent lucidity do Queensrÿche, eu juro que iria deitar no corredor lá fora com a cara virada pro céu e um cigarro aceso entre os dedos. Nunca vou entender MESMO o que os dois lados têm com essas músicas. Só sei que tem alguma coisa nelas.