quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Fim de ano?

Fim de ano sempre fico irritada, nervosa, chateada ou triste. Agora não podia ser diferente, e com o agravante da segunda fase da FUVEST no final dessa semana. Hojé é dia 31 e eu nem planejei o que farei hoje. Ano passado eu tava lá em Curitiba.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A "síndrome" do brinquedo novo

Um dia eu ganhei uma Barbie do meu pai. Eu tinha mais um monte de bonecas, mas a Barbie era a mais bonita de todas... a mais nova de todas... eu só brincava com a Barbie. As outras ficaram dentro da caixa, fazendo companhia umas às outras.
Ela ficou feia, descabelada, toda manchada (quem é que nunca teve uma boneca e tentou maquiá-la com batom?), e ainda era a minha boneca preferida. 
Ate que um outro dia meu pai me trouxe um ursinho de pelúcia. Naquele dia eu vi que a Barbie estava feia, descabelada e toda manchada, e o ursinho era novo e fofinho. Sem nem pensar duas vezes, a Barbie foi pra caixa, junto com as outras bonecas. E eu só brincava com o ursinho.

Depois de muito tempo (que é quando a gente começa a pensar no que fazia quando era criança) eu me perguntava por que é que eu fazia diferença com os meus brinquedos na hora que eu ganhava um novo, já que eu gostava de todos eles. E a resposta me veio semana passada, quando eu observava a dinâmica do posto de saúde aonde eu trabalho, e pensava em outros aspectos da minha vida.

Eu fazia diferença entre os brinquedos novos (e acho que isso é natural em toda criança) porque o que é novidade atrai mais a atenção do que o que já é recorrente. O que é novidade torna-se mais atraente, mais legal, mais bonito, mais prático, mais... mais. E a tendência é proteger o mais novo em detrimento do mais velho. O brinquedo velho pode ficar jogado embaixo da cama, mas o novo fica sempre em cima da estante, cuidadosamente colocado. 

E no mesmo instante me toquei que a "regra" dos brinquedos se aplica às pessoas também. As mais recentes na convivência parecem ser as que tem mais importância, enquanto que as mais velhas deixam de ser tão solicitadas. Porque é novidade, é mais atraente, é mais legal, é mais bonito (em qualquer aspecto), mais "prático", mais... mais. 
Quanto à(s) outra(s) pessoa(s), o costume já permite um afastamento. Que pode durar horas, dias, semanas, meses, anos, ou eras. Sendo o tempo relativo, esse afastamento pode até ser definitivo... o brinquedo é inerte, não possui psicologia: ele fica lá, te esperando; as pessoas, nem sempre.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Escrever

Tarefas da Elise:

- Escolher um tema.
- Escrever a redação.
- Reescrever a redação, adequando o estilo.
- Reescrever a redação, adequando o tema.
- Rezar pra estar certo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

FUVEST - 1ª fase

"Vaga nossa que está na universidade, azarado seja o nosso concorrente. Seja correta a nossa resposta, assim na certeza como no chute. O Anglo nosso de cada dia que pagamos até hoje, justificai as nossas despesas, assim como nós justificamos as perguntas dissertativas. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do pau. VADIAAAAAAAA!"

Depois de orar, fomos ao que interessava.

E o que interessa agora é que graças aos 52 pontos na FUVEST e aos 50 no ENEM, eu posso dar adeusinho às exatas.

e gritar:

CHUPA FUVEST!!! PASSEI PELA PRIMEIRA FASE!!!!!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eutimia

... nem tudo tanto faz.
E esta roda incessante
-nem triste, nem contente-
acaba findando com um "mas"...

[Escrito em algum lugar desse ano, provavelmente no mesmo lugar anteriormente citado.]

Alien.ação

Acho que perdi o direito de sentir algumas coisas.

Perdi em algum lugar desse ano. E provavelmente não vou conseguir "voltar no tempo" pra tentar encontrar. Não por falta de vontade, mas sim por falta de possibilidade.

Já se sentiu um ser amorfo, uma reles cópia do universo que te rodeia? Um boneco jogado à vontade pra quem tiver vontade de manipular a seu bel-prazer?

Eu sinto isso. Senti agora mais forte de novo. Senti que não tenho mais o direito de sentir nojo ou desânimo ou qualquer tipo de ação contestatória. Senti que tenho que me atrelar aos fatos puros e crus, e daí tirar conclusões que não sejam precipitadas. Pensar no que eu quero sentir e ver se é adequado ao momento.

Eu tava com uma frase da Janis Joplin na cabeça:
Freedom's just another word for nothing left to lose. Me veio outra depois: Ser livre é poder escolher em qual jaula vc quer viver.

E agora sinto que até esse poder me foi arrancado das mãos. Porque até a anarquia que predominava no meu cérebro sofreu um golpe de estado e agora o que predomina é um regime ditatorial outorgado por mãos invisíveis que se fazem mais presentes do que nunca...


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Fanthomes

Tou numa fase egoísta.

Não questionem o que eu faço. 
Não tentem tirar o que é meu. Não me chamem pra sair. Não condenem as minhas escolhas. Não me digam o que eu tenho que fazer. Se já disseram, não repitam, a menos que eu peça.

Tou me virando sozinha e aprendi mais assim do que pedindo ajuda. Deixem como está.



Estou estudando muito e trabalhando muito também. Essa foi a minha escolha.


domingo, 14 de setembro de 2008

Privacidade?

Eu nem sou fã da Sandy, acho ela bonita e talentosa e tals, ela faz a mesma faculdade que eu quero fazer (Letras), e o meu "interesse" pára por aí.

Mas o estardalhaço em cima do casamento dela foi ridículo. Por ela ser uma cantora famosa, o povo queria se enfiar dentro da cerimônia a qualquer custo. Teve uma atriz esses dias que casou, e a imprensa estava toda lá. Tudo bem, isso é uma escolha do artista, abrir esse tipo de coisa pra imprensa, divulgar... como também é uma escolha fazer uma coisa privada, pra família. Daí a menina decidiu, junto com o noivo, manter a discrição que sempre teve a vida inteira. E todo mundo cai de pau em cima. Porque, por ser "pessoa pública"(???), o mundo inteiro devia saber da vida dela. Credo... O direito à privacidade já era, todo mundo quer saber da vida de todo mundo... O que vai mudar na vida de alguém saber como foi o casamento? Casamento não é tudo igual? "Você aceita Fulano, etc, etc...", "Eu aceito"... e blablabla...

É muita falta do que fazer, ficar comentando da vida dos outros desse jeito. Das eleições ninguém quer saber, né? Mas ficar fuxicando em cima do que os artistas fazem...


Em tempo: ninguém me vê aqui onde eu moro, pq eu trabalho o dia inteiro e estudo à noite. Daí quando alguém encontra a minha mãe, a primeira pergunta que faz é "E aí, a Elise já casou?"... Como se essa fosse a notícia do ano, saber que alguém casou...


domingo, 7 de setembro de 2008

Enjoy the silence

Aprecie o silêncio.

silêncio
sm (lat silentiu) 1 Ausência completa de ruídos; calada. 2 Estado de quem se cala ou se abstém de falar; recusa de falar. 3 Abstenção voluntária de falar, de pronunciar qualquer palavra ou som, de escrever, de manifestar os seus pensamentos. 4 Taciturnidade. 5 Discrição.

Não é nem o caso de só falar besteiras. É o caso de dizer coisas que não se encaixam em contexto algum. É o caso de só se manifestar quando as coisas não estão bem. É o caso de falar algo só pra se ter um assunto. É o caso de emitir uma opinião pra mostrar que conhece, nem que seja um mínimo, o assunto tratado. É o caso de não suportar a própria mudez ante as pessoas.

É o caso de repensar os fonemas emitidos, os pensamentos verbalizados, as sensações que pulam pra fora do corpo. É o caso de omitir alguns tipos de intensidade para não soterrar todas elas.

É o caso de me retirar de cena por algum tempo.


segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Joystick

Já disse o Moz numa de suas músicas em carreira solo:

"It's all a game, existence is only a game."

E eu acho que quebrei o meu joystick sem querer.

Eu ainda quero fazer o que eu queria no começo do ano; salvas algumas modificações de última hora
, o projeto original permanece o mesmo. Mas, com a proximidade do fim do ano, e por conseqüência os vestibulares, e as metas a alcançar no trampo, as contas a serem pagas, meu próximo aniversário (que é só no ano que vem mas já me faz pensar em tempo), fiquei sem rumo outra vez. Sim, eu sou forte o suficiente pra superar e teimosa o suficiente pra seguir em frente, mas o panorama estendido à minha frente se torna cada vez mais sufocante; é difícil pra mim fazer parte do mundo agora, enquanto não concretizo minhas "ambições", e quanto mais me insiro nele, mais angustiada eu fico. Pois pra concretizá-las, preciso estar aqui, e não estar ao mesmo tempo. Estar aqui pra encontrar meios, e não estar para refinar os meios. É um paradoxo difícil de se explicar e mais difícil ainda de se viver.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Parle cette chose à nouveau

"Não crie expectativas."
"Não crie expectativas."
"Não crie expectativas."
"Não crie expectativas."
"Não crie expectativas."
"Não crie expectativas."


Merde, alors.

Eu só me fodo nesta merda.

domingo, 13 de julho de 2008

Factum

Meu pai diz que eu sou pessimista. Talvez eu seja mesmo, ou então eu só me atreva a falar quando estou colapsando. Não importa. Os fatos são distorcidos quando aparecem na minha frente, a não ser quando há uma certa familiaridade com eles (leia-se: quando eu os entendo); vejo tudo ao contrário, pesco coisas no ar quando elas estão irritantemente na minha testa.

Ou vejo coisas e guardo segredo, não digo a ninguém que vi. Empatia rola solta, eu consigo me identificar com um monte de coisas contraditórias e todas elas me habitam sem problemas. Por isso mantenho segredos que às vezes nem a pessoa que os revela sabe que eu sei. Porque, de tanto ver os fatos distorcidos, eu posso interpretá-los erradamente. E que tragédia pra minha mente sugestionável...

Um médico generalista pode entender de oftalmologia se ler algo a respeito, ou se tiver algum amigo oftalmologista. As experiências são captadas e usadas pra algum fim. Mas só se pode entender, e não dominar, quando se tem informações a respeito e não as usa cotidianamente. Um médico generalista não pode tratar uma escavação glaucomatosa só porque ele conhece a respeito da doença, ele precisa ter experiência em retinopatias para tratá-la adequadamente e não cegar o paciente. Ou seja: deixar isso pra um oftalmologista cuidar.

E os fatos distorcidos tem tudo a ver com isso; não se pode querer ser um PhD no que se passa ao seu redor se a única visão conhecida e disponível anteriormente for a de seu próprio umbigo. Porque empatia é uma coisa pessoal, não uma regra geral. Pode-se sentir identificação com uma pessoa que passa por uma situação parecida com a sua, mas não é a sua. Cada um tem um jeito de vivenciar as coisas...


Agora só me falta enfiar isso de vez na cabeça.



sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sobre deus (ou o que quer que seja isso)

No princípio era o Caos e depois vieram sete dias de construção. Daí ele ficou à espreita e na Idade Média resolveu tirar férias. Mil anos depois, voltou com uma coleção de dados que joga ad infinitum sozinho ou com Loki e Cronos só pra ver a merda que vai dar.




ps: ainda não voltei, só queria registrar um fato antecendente


sábado, 21 de junho de 2008

Serviço indisponível

Devido a motivos de força maior este blog estará fora de serviço até que escritora esteja disponível.

Grata,
Equipe Litteraria

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Trilha

Passei os dias esperando por alguém que não veio. E nem sei se vai vir.
Não sei porque não disse, deixou no ar, um "talvez" condicionado.

A trilha sonora agora é Madonna, "Take a bow" e "Bad girl".

Num início de noite dum dia que nem sei se foi frio ou quente. Quando eu pergunto "Who cares?", me lembro dos meus avós comentando entre si que eu estou dormindo demais, fico até 2 da tarde na cama. É até aceitável, considerando que durmo depois das 4, por não conseguir dormir antes. Um padrão de vida estranho pra quem dorme cedo e acorda uma hora e meia depois que eu consegui pegar no sono.

Eis os fatos...

Publicar coisas aqui é tentar mostrar ao mundo um pouco do que acontece na minha vida, mas acabou se tornando mais um dos amontoados de textos que eu tenho e que ninguém lê. E nem escrevo mais o tanto que eu costumava escrever. Paradoxismos inseridos em metáforas, "quem me conhece sabe o que eu quero dizer". Não, é mentira. Não sou clara, e não me faço entender. Dissonâncias distorcidas, um amontoado de bobagens em forma de sentimentos, atos, des-atos, encrencas, isolamento, solidão.
As facas continuam atraentes, sempre gostei de armas brancas, mas não consigo sequer chegar perto delas, assim como não consigo chegar perto de que/quem gosto. Mangás amontoados na mesa, livros didáticos na cadeira, esperando para serem abertos.

(trilha mudou - "Bittersweet Simphony", The Verve)

Não tenho coragem de pegar o telefone e dizer "Volta pra cá, eu sinto a sua falta", porque não tenho nada além disso pra dizer. Nada. Disse a um amigo meu que não vou mais à ELL porque não tenho o que dizer. Não me atrai mais, não me atinge. E nem a saara de páginas a que se referia Leminski me atrai mais.

Escrever sobre o que acontece na vida, quando a vida virou um dia após o outro e nada além disso.
No meu diário de papel o registro de uma semana inteira é uma página em branco...
e nada além disso.

O que ficou aqui é uma tristeza estranha, que massacra até os sentimentos mais profundos que me habitam e me deixam além de qualquer possibilidade de movimento.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

="."=

"Tenho medo de machucar as pessoas"
ou
"Eu só machuco as pessoas"
ou
"Se for pra alguém sair machucado, que seja eu"


"Eu me sinto muito sozinha mesmo rodeada de gente"
ou
"Ninguém me entende"
ou
"Ninguém conversa comigo"


Isso era eu com 16, 17 anos.

E agora eu descubro que isso é um mal da idade, encontrei uma coleguinha ^^ que está passando pela mesma situação.
Porque depois que a gente cresce, certas coisas são compreendidas de uma forma mais madura.
Daí a gente não machuca mais ninguém, nem se sente sozinha.

Isso é legal!


domingo, 15 de junho de 2008

Geist

[trilha sonora: depeche mode]

Já falei muito por hoje.

Sussurrei em ouvidos surdos a outras maneiras de se interpretar as coisas, gritei com nojo da minha própria voz as coisas que eu não queria gritar, falei pelos cotovelos a uma platéia invisível.
A Lei do Menor Esforço impera agora com força total; assista a tudo calado e inerte, é mais fácil assim?

[Dar ordens de longe é fácil por não poder ver os esforços e poder criticar com a força que sua imaginação te dá (se você tem um jeito de fazer, então não tem como não ser feito). E deitar em berço esplêndido agrada mais do que ficar de um lado pro outro fazendo a coisa funcionar.]

É pra enlouquecer, não é?

Então enlouqueça nas suas próprias limitações, porque nunca se sabe o quão profundo é o abismo ou a montanha do outro.
E emudeça a sua verborragia, porque já me cansei de saber o que a sua linda cabecinha pensa sobre as minhas profundezas.


sábado, 14 de junho de 2008

Prdx I

54, de 90 questões.

Literatura foi um desastre.

Enfim.

Passei no psicotécnico do CFC, fiquei acima da média. Minhas capacidades cognitivas são quase perfeitas.

Hehe.

domingo, 8 de junho de 2008

Despair

Simulado no cursinho no último sábado.

Eu não tenho paciência com provas, saí da sala duas horas depois do início.
E talvez esse seja um dos meus maiores erros.

Eu troquei Barroco por Arcadismo na prova, e errei no mínimo duas questões de Literatura. Eu considero isso inadmissível, uma vergonha pra quem quer fazer Letras.
Tá, eu não tenho que saber tudo de Literatura agora, só o suficiente pra passar na Fuvest. Mas eu começo a entrar em desespero quando vejo que tenho que me esforçar mais, me empenhar mais, e o meu tempo está lentamente acabando e eu não consegui discernir um estilo dionisíaco de um apolíneo. (São duas tradições completamente opostas!!!)

Talvez eu esteja me cobrando demais.

Mas isso é necessário, de que me vale toda a minha inteligência se não consigo prestar atenção numa disciplina básica pra um vestibular de Humanas?

Quase preferia ter continuado na Fundação Santo André.

Mas não, não posso retroceder. Por mais que seja difícil assimilar essas coisas, a minha formação está na USP, só lá eu vou conseguir estudar o que eu quero. Por mais que Literatura não me entre na cabeça...

É muita coisa pra lembrar e fixar e aprender e não me distrair enquanto faço tudo isso.


Estou cansada, exausta.




segunda-feira, 2 de junho de 2008

Coisas

Estive pensando agora no conceito das palavras "lealdade" e "fidelidade". Como não tenho um dicionário aqui perto, não posso especificar exatamente a diferença entre as duas expressões, mas posso dizer que na minha curta vida eu fui mais leal do que fiel. Explico: percebi que "fidelidade" remete a um comportamento social monogâmico e eu não era exatamente monogâmica durante um bom tempo. Tá, também não era uma devassa sem-vergonha, mas o meu primeiro namoro terminou por conta de 'traições' mútuas. E depois eu só ficava.

Mas olha como as coisas mudam: estou de namoro faz cinco meses e até agora nem me passou pela cabeça mudar a minha condição monogâmica... Ou, as my master said, "estabilizei". [:)]


Tenho mais quatro dias de trabalho e depois, féééérias... Quero ver Control, o filme sobre a biografia "Touching for a Distance", de Deborah Curtis, relatando a vida e a morte de Ian Curtis, vocalista de uma das minhas bandas favoritas, o Joy Division. Quero tirar a minha habilitação, finalmente. Quero curtir muuuuuuuito com o Nei, antes dos estudos tomarem de vez as nossas vidas. Quero ver a minha filhota, a Allana. Quero viajar. Quero dormir muito. E quero pirulito de cereja!!!


Nháááááááá!!!


E vou fazer tudo isso munida com a minha mochila de Gato Félix, apelidada carinhosamente de "Buraco Negro". Tem de tudo dentro dela... Inclusive a minha jovialidade, parece que eu fico adolescente quando tou com ela nas costas, é muito interessante,

Mas agora não tem mais oq ue dizer. Depois eu escrevo mais. Vou viver mais um pouco.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Nonsense (?)

É o tipo de coisa que todos precisam mas ninguém sabe dizer porquê. Automaticamente. Aparece e pronto.

Ele era um entre 6 bilhões de pessoas, os mesmos 6 bilhões que supostamente poderiam ajudar Macabéa, aquela que nem sabia existir. Alguém sabe existir? Ele não sabia, e nunca saberia. Mas precisava demonstrar atenção e cortesia. E lutava contra o que nem sabia o que era, muito menos do que era feito. Lutava? Na verdade não sabia se lutava mesmo, conforme o que lhe fora ensinado lutar envolve socos e essas coisas, mas sua defesa era mais sutil, tão mais sutil do que concreta que passava despercebido. Quantos percebem essas sutilezas? Estranhamente se sentiu mais leve um dia, quando não precisava mais usar a cortesia, era desnecessário, respeito pelo medo é mais fácil de se manter e dessa forma não é preciso nem mesmo ser educado. Revelou-se sem palavras, não as usava fazia tempo, talvez por não ter mais o que dizer. Mas as palavras foram feitas para o quê, mesmo?

sábado, 24 de maio de 2008

The happiness in my life is...

†Baixar o anime Death Note, de todas as fontes possíveis, no formato rmvb, que dá pra assistir no meu Real Player;

†Estudar, estudar, estudar no Anglo Santo André;

†Ednei;

†Minhas férias, que distam 2 semanas de hoje.



O resto é tudo coisa que eu aturo...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Fernando Pessoa

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme

domingo, 18 de maio de 2008

Idiossincrasias

Eu não me sinto à vontade nem pra isso.

Hercule Poirot chega a ser o meu herói particular em todas as vezes que eu paro pra pensar sobre algo.

(e eu não acho um livro na internet, vem com o nome quase certo e o conteúdo erradamente errado)

Algumas coisas me deixaram meio deprimida hoje.
Pra ser mais sincera, todas as coisas que estão fora do meu alcance me deixaram deprimida hoje. E eu nem vou me dar ao trabalho. Aos olhos dos outros são privilégios, ou conquistas, ou qualquer-coisa-que-se-sangre-pra-se-ter. A mim tudo isso é só um amontoado de coisas que coexiste no mundo e que não serve pra mais nada além de me deixar deprimida e roendo as unhas.

Deprimida e roendo as unhas e com vontade de beber. Não, não é mais uma daquelas sessões eu-bebo-pra-afogar-as-mágoas, tão cultuadas por seres-humanos-cabeças-de-vento. Longe disso, eu detesto ficar bêbada. Mas faz tempo que eu não bebo vinho...

Sinto falta de um pouco de Lenda; o Nei concluiu que a realidade é Surreal mas todo dia eu perco a Lenda. Todo santo dia eu perco o surrealismo, a não ser quando eu vejo o povo ficando feliz com uma ou duas cartelas de Captopril ou Omeprazol ou Diclofenaco de Sódio, cultuando frascos de Dipirona e Paracetamol como se fossem a Salvação. Isso é surreal, acreditar que toda a sua existência se reduz a alguns comprimidos por dia, todo dia. Mas esse surrealismo é deprimente. Muito deprimente.

Eu? Cultuo informações contidas numas apostilas de cursinho.
Talvez seja aí que eu tenha que procurar a Lenda...

(Ok, mãe falando "Vai dormir, menina!" justamente quando estou inspirada.)

São 5 da manhã e ainda estou roendo as unhas mentalmente.


domingo, 11 de maio de 2008

Psicografia - Ana Cristina César

Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não soube e digo
da palavra: não digo (não posso ainda acreditar
na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto

sábado, 10 de maio de 2008

Paulo Leminski

Carrego o peso da lua,
Três paixões mal curadas,
Um saara de páginas,
Essa infinita madrugada.

Viver de noite
me fez senhor do fogo
A vocês eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse, eu mesmo carrego.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tédio - Florbela Espanca

Passo pálida e triste. Oiço dizer:
"Que branca que ela é! Parece morta!"
e eu que vou sonhando, vaga, absorta,
não tenho um gesto, ou um olhar sequer...

Que diga o mundo e a gente o que quiser!
- O que é que isso me faz? O que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo o que é sonho e graça na mulher!

O que é que me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!

E é tudo sempre o mesmo, eternamente...
O mesmo lago plácido, dormente...
E os dias, sempre os mesmos, a correr...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Soneto do amigo - Vinícius de Morais (Fragmento)

(...)
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
(...)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Relief

Será que o meu destino é esconder sempre uma parte do que sinto para não me afundar eternamente em frustrações e medos e vergonhas e todo o tipo de timidez que posso ser capaz de demonstrar?

Sem precisar me afundar em montanhas de nicotina, apenas tremendo de frio só pra tentar colocar pra fora em silêncio e solidão tudo o que faz parte de mim?

Tentando achar uma saída, uma coesão, uma maneira de não me atropelar inadvertidamente por tudo aquilo o que eu faço e falo, por todos os meus pensamentos convergindo num só ponto, ao ponto de eu evitar escrever poemas pra não ficar eternamente recitando o óbvio mais ululante que faz parte do que eu sempre fui, da minha essência, do que eu sempre senti, alcançando meios de fugir do meu espelho que urra o que eu não faço e que me corrói por dentro... disfarçando meu fracasso como mulher, todo o meu ódio, toda a minha frustração, minha adolescência desperdiçada, jogada no ralo como o esgoto que eu sempre imaginei que eu era, todas as minhas palavras, a minha força de vontade espremida na necessidade mórbida de chamar a atenção de quem-quer-que-fosse... as músicas que me diziam o que eu não tinha coragem de assumir, o controle, o instinto de auto-preservação me arrastando pro fundo do poço...

Tudo o que eu não fui querendo ser.

Tudo o que eu não sou querendo ser.

Voltando sempre ao mesmo ponto, como se eu nunca tivesse saído realmente dele.

Sempre escondendo, sempre limitando, sempre me limitando ao medíocre, sem explosões, sempre com uma certa coerência, maluca como eu, e nunca, nunca deixando as coisas acontecerem do jeito que saem, sempre amarrando uma camisa-de-força psicológica em todas as minhas reações, em todas, e eu quase nunca digo o que eu quero, todas as vezes que eu finjo querer algo dá certo e um pedaço de mim morre, morre desde os meus 14 anos, todos os dias um pedaço de mim necrosa e é sempre o que eu escondo, o que eu não deixo vazar...

«...»

Será que vou continuar a viver deixando de lado uma parte da minha essência pra continuar na beirada do poço, sem ter vontade de me jogar lá dentro de novo?


Maydnightinmare

A madrugada passada em claro na companhia do Frodo e do Gandalf e do Aragorn e do Legolas acabou com a minha mente, eu me pareço mais com o Aragorn do que com a Arwen.
Em alguns aspectos, é claro.

Mês de maio, há três anos atrás a minha vida financeira entrou em colapso e até hoje ela continua meio estragada.
Mês de maio, há seis anos atrás eu comecei a trabalhar e isso era legal enquanto não era obrigação.
Mês de maio... há vinte e três anos atrás era pra eu ter nascido no final desse mês, mas sou tão precoce que tive que nascer um mês antes.

O que mais o mês de maio me reservou?

(No comments for a thing)

E o que esse mês de maio agora reserva é que daqui a pouco o cursinho começa pra valer.

Ô porra.

Elise:

Madrugadas,
por enquanto,
foram feitas pra dormir...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Qu'est-ce qui se passe?

Temos quatro dias de folga essa semana e eu só sei de duas coisas:
Sexta de manhã vou na Vila Prudente fazer um treco que eu já tô enrolando pra fazer;
Sexta à noite vou no aniversário do Gabriel, do Davi e da Rê no Central Plaza.

Quatro dias de folga e eu ainda acho que vou ficar enterrada dentro de casa, pra variar. Hoje foi aquele marasmo, não tinha muito o que fazer e nem consegui passar da primeira fase do Mario Bros. que eu instalei aqui no meu PC. Decadente.

Decadente...

Eu sou uma nerd assumida, aliás, não se fala mais nerd, agora é geek, então eu sou uma geek assumida. Tão assumida e nem consigo pegar num livro pra começar a estudar sem o cursinho... Acho tudo muito chato, todas aquelas fórmulas, aquelas coisas de binômios e cossenos, mas enfim, pra passar na abençoada prova da Fuvest eu tenho que saber essas coisas, e o Nei vive me lembrando que a Fuvest é eliminatória, mesmo pro curso de Letras... ô porra, eu adoro estudar e até isso tá chato agora... eu queria sair e fico confinada, sem estudar nem fazer nada de mais útil, olhando os cachorros brigarem por causa de um bonequinho de borracha mesmo tendo um pra cada.

E daí eu me lembrei de uma coisa que eu falei pro Nei, eu achava o maior barato quando ele me falava das coisas que ele e o povo da ETE faziam, depois ele me disse que eu tava supervalorizando o que eles tiveram, que não era tanta coisa assim. Mas pelo menos eles têm história pra contar e eu morro de inveja, eu não tenho quase história nenhuma, o barato da minha vida era passar a noite acordada assistindo os programas educativos da Cultura e babar em cima das aulas de Gramática do Pasquale Cipro Neto, e agora nem uma coisa nem outra, eu nem estudo quando fico em casa, nem saio de casa quando não estudo. E nem arrumo nada, nem organizo nada...

Já pensei seriamente em voltar a tomar Prozac, mas eu iria emagrecer demais e esse pra mim nem é o maior problema, eu fiquei meio tapada quando tomei há quase três anos atrás, ficava tranquila e não escrevia umas coisas loucas como essa:

Quero um jeito de esquecer
O que eu queria tanto
E que não me cabe
Não é meu
Mas me pertence

Quero um jeito
Inusitado como eu
Estranho como eu
Bizarro como eu
Pra voltar
Pro que eu era

Era
E passam-se as eras
E meu nome vai estar guardado no meio dos papéis que um arqueólogo vai encontrar
E dizer
“Essa era a poesia do século XXI”

Sem chance, cara.

Quero o meu jeito
A minha pele
A minha voz
O meu
De volta

Pretensão:

Afaste-se
Pra eu
Esquecer.


Porque na verdade eu não tinha pretensão nenhuma, meu fanzine ia bem e eu trabalhava, e eu escrevia, e estudava, fazia uma porção de coisas. Mas não foi o Prozac que fez isso, fui eu mesma.

Falta de organização, ou falta de senso, eu tenho quatro dias pela frente e não sei nem se eu vou levantar daqui da frente desse PC daqui a cinco minutos pra fazer um café.


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ataque frontal e direto

Não sei, isso me pareceu um bom nome para um post.

Ontem eu senti um abalo sísmico, e eu não bebi nada alcoólico nem usei nada psicotrópico. Foi um terremoto mesmo, ou melhor um maremoto, já que o epicentro foi lá no Atlântico. Isso parece tão improvável quanto impensável e eu até gostei, até a porta tremeu!!!

(Detalhe sobre portas em terremotos: se começar a acontecer um terremoto e você estiver dentro de casa, corra para o batente de porta mais próximo e se posicione embaixo do mesmo - não se esqueça de abrir a porta - até o terremoto acabar. Por quê isso? Porque no caso de as paredes desabarem e o teto também, a única coisa que fica em pé e inteira é a bendita da porta - ela não cai...)

O Cleder disse que o terremoto deve ter passado do outro lado da rua dele, pois no prédio aonde ele mora não foi sentido nada.
(Pqp, imaginei o terremoto parando no sinal de pedestre pra atravessar a rua... kkkkkk)


Daí virei a noite no computador jogando Mah Jong e fui trabalhar sem jantar, sem dormir e sem tomar café da manhã. Ou seja, quando deu onze horas eu tava roxa de sono e azul de fome. Às duas da tarde eu tava pescando em cima do teclado...
É engraçado, quando eu não durmo fico sonolenta mas fico alerta, mais alerta do que normalmente.
E depois da conclusão do Cleder de que terremotos atravessam ruas, eu despertei da sonolência.

Aiai.

domingo, 20 de abril de 2008

Insomniac II


[Atenção: O teor de sinceridade contido neste post pode constranger algumas pessoas. Não é essa a intenção - é, antes de qualquer coisa, um desabafo.]



Olha que horas são e eu não peguei no sono ainda.


Há cinco anos uma poesia foi escrita. Ei-la:

Insomniac

Debruçado em cima de mim
Ouço sua respiração
Enquanto tenta falar algo que não entendo
Sinto toda sua tensão
Enquanto relaxo finalmente em seus braços
E me forço a tentar me conter
Enquanto sua vontade me impele adiante
Me vejo nua num pudor impossível
Enquanto tenta me livrar do meu transe
Jogada na cama tento dormir
Mas não posso...
A visão da minha cama vazia
Me faz lembrar de algo
Que poderia ter sido
Mas não foi.


Na época em que ela foi escrita a inspiração era livre de qualquer experiência real, era puramente empírica.

Mas ultimamente ela tem feito todo o sentido do mundo.


Infelizmente.



(confiteor quia peccavi in opera. mea culpa, mea culpa)

sábado, 19 de abril de 2008

Wrote

Agora meu computador está consertado de novo e eu posso postar aqui quando eu quiser.

Ou quando eu conseguir escrever algo decente.

Eu peguei meus cadernos de poesia com o Nei e comecei a ler de novo. Eu escrevia bem pra caramba, eu tinha muuuuuuuita inspiração pra escrever uns três cadernos de poesia em um mês. E mais todas as folhas datilografadas de cinco anos atrás. E mais as folhas de fichário escritas com caneta vermelha. Tem papel suficiente pra justificar o corte de algumas árvores...

Mas o último desses papéis tem no mínimo um ano.



Vouloir

Eu queria ser alguém mais fácil
Alguém menos estranho
Menos dono de si

Eu queria ser...
Queria
Ser...

Mas não cabe em mim, porque é apertaaaaaaaaaaado demais

Essa camisa de força que eu estou vestindo é minha e sempre foi e ela cabe direitinho porque é feita de um tecido elástico que foi se ajustando em mim à medida em que eu crescia e engordava e emagrecia e me mexia e ficava parada em quase-quase-quase vinte e três (!!!) anos.


O que é que eu queria mesmo???

Wishlist (Pearl Jam)

I wish I was a neutron bomb
for once I could go off
I wish I was a sacrifice
but somehow still lived on
I wish I was a sentimental
ornament you hung on
the Christmas tree, I wish I was
the star that went on top

I wish I was the evidence
i wish I was the grounds
for fifty million hands up raised and opened toward the sky

I wish I was a sailor with
someone who waited for me
I wish I was as fortunate
as fortunate as me

I wish I was a messenger
and all the news was good
I wish I was the full moon shining
off a camaro's hood.

I wish I was an alien
at home behind the sun
I wish I was the souvenir
you kept your house key on

I wish I was the pedal break
that you depended on
I wish I was the verb to trust
and never let you down

I wish I was the radio song
the one that you turned up
I wish, I wish, I wish, I wish
I guess it never stops


[Lista de desejos]

[Eu queria ser uma bomba de nêutron, e
por uma vez eu poderia falhar.
Eu queria ser um sacrifício,
mas se de alguma maneira ainda vivesse.
Eu queria ser um enfeite sentimental
que você carrega
Na árvore de Natal, Eu queria ser
a estrela que fica em cima.

Eu queria ser a evidência
Eu queria ser o chão para 50 milhões
de mãos erguidas e que se abrem para o céu.

Eu queria ser um marinheiro com alguém
que esperasse por mim.
Eu queria ser como um afortunado,
tão afortunado quanto eu.
Eu queria ser um mensageiro e que todas as
notícias fossem boas.
Eu queria ser a lua cheia brilha
na capota de um Camaro.

Eu queria ser um alienígena em casa
atrás do sol.
Eu queria ser o souvenir sobre o qual você guarda
a chave da casa.
Eu queria ser o pedal do freio do qual
você dependesse.
Eu queria ser o verbo "confiar" e
nunca te decepcionar.

Eu queria ser uma canção de rádio, a única
Que você sintonizou....
Eu queria, eu queria, eu queria,
eu queria... (eu acho que isso nunca acaba.)]


terça-feira, 8 de abril de 2008

Ai...

Então, depois de consertar o que tava errado, meu computador pifou de vez. Mandei pra assistência técnica... eu devia tê-lo formatado assim que comprei. Enfim.

Fui no médico mas não acredito mais em médicos, não por enquanto. Quem resolveu meu problema foi uma amiga enfermeira.

E me matriculei no cursinho do Anglo. Ou eu passo naquela birosca (a FUVEST), ou eu passo naquela birosca!!!

Sessão Musical

Smiths:

"I wish I could laught
But that joke isn't funny anymore"


"Unruly girls
Who will not settle down
They must be taken in hand

A crack on the head
is what you get for not asking
And a crack on the head
is what you get for asking"



Depeche Mode:

"An unbearable pain
Feeling in my brain
That leaves the mark of Cain
Right here inside"

segunda-feira, 31 de março de 2008

Humano, demasiado humano

Sabem quando eu me lembro de que sou um ser humano? Quando sinto dor, muita dor, e tem que ser dor física, as minhas dores psicológicas me transformam numa espécie de robozinha.
E, sinceramente, eu prefiro dor psicológica.

Faz uma semana que estou sentindo dores e até agora não achei um maldito especialista. O Nei me mandou por e-mail um site de um convênio mas eu não consigo abrí-lo. Eu não quero ter que ir até o PAM Heliópolis pra procurar o tal do especialista, mas essa dor do inferno tá me tirando toda a concentração, me causando outras dores no corpo e me dando até febre, acho que não vou ter outra saída.

Eu vou assinar outro convênio. pelamordedeus, eu não pequei tanto assim pra ficar sofrendo por mais de uma semana... (tá, tem gente que sofre por anos, mas eu não quero ficar sentindo dor!!!)


(Eu trabalho no SUS faz quase quatro anos.)
(Às vezes eu me envergonho...)

segunda-feira, 24 de março de 2008

Crescer é chato...

Crescer é chato pra caralho.

Quando eu tinha 16 anos e não fazia nada da vida eu estudava até de madrugada, passava horas na frente da televisão assistindo "Vestibulando Digital", não tinha que me preocupar em arranjar dinheiro pra pagar as contas (tá, eu viva dura, mas pra sair de vez em quando eu tinha a minha mãe), não tinha idade pra resolver as coisas nem pra tomar decisões importantes. Eu só ia pra ETE, escrevia e chorava, nessa ordem mesmo.

Passaram-se sete anos. E essa semana eu percebi o quanto crescer é chato pra caralho.

Eu trabalho a semana toda, não tinha como ficar em casa esperando o técnico da Telefónica que tinha que consertar o meu Speedy. Tinha que dar um jeito de deixar as informações lá, ao mesmo tempo que me degladiava ao telefone com as atendentes que, coitadas, não são nem treinadas direito pra fazer esse serviço. Tinha que decidir se eu mantinha a linha da casa da minha mãe do jeito que ela está ou se migrava o plano. Tinha que decidir se, caso o Speedy não aparecesse, eu ia mesmo comprar o modem 3G da Claro. Daí na quinta-feira a minha mãe resolve comprar uma impressora. Decidir qual levar, que atendesse às expectativas dela. Depois, instalar a impressora. Nesse meio tempo eu já tinha tido um ataque nervoso porque eu tenho que estudar pra FUVEST e não entrei no cursinho ainda e não entendo física, socooooooorro!!! Tem mais essa: decidir quando vai dar pra entrar no cursinho. Daí o técnico foi em casa consertar o que tava desarrumado, e eis que o navegador do meu PC dá pau quando tenta entrar na Internet. Passei o dia de ontem inteiro na frente do computador (e o Nei, tadinho, falando comigo pra ver se a gente conseguia resolver o problema... ontem eu abusei pra caramba dele... nháin, eu te amo, viu?)e nada de achar o problema, daí eu tenho que decidir se eu deixo aquilo como tá e resolvo no final de semana, se eu ligo pra assistência técnica ou se eu simplesmente dou um pé na bunda de tudo isso e compro um laptop e o abençoado modem 3G da Claro...

Fui dormir às 4 e meia, levantei às 6 e meia. Isso também é coisa de gente grande e eu queria voltar a ser adolescente...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Anger is an energy...?

Eu tenho alguma raiva de algumas coisas.

Eu tenho raiva de algumas poucas coisas.

Eu tenho muita raiva de uma coisa.


É engraçado quando se vocifera dentro de um copo de vidro pra todo mundo saber que algo está incomodando, mas sem deixar saber o quê. E depois voltar com cara lavada e arreganhando sorrisos dizendo "Está tudo bem, não há problema algum".

Não há problema algum o cacete, se não tivesse problema algum eu não vociferaria.
E ao mesmo tempo se realmente fosse um problema eu não vociferaria dentro de um copo.

"Stupid girl, all you had you wasted"
(Garbage)
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domingo, 9 de março de 2008

Tenderness

“Não consigo explicar minha ternura, minha ternura, entende?”

Não consigo explicar o que eu penso, não consigo explicar o que eu sinto. Não consigo nem demonstrar. Nem me fazer entender de um jeito decente, e por aí vai.

Não, não estou desistindo.

E ele não quer conversa. Não quis enquanto estava perto, agora então nem se fala...

Eu tive vontade de chorar, de novo, depois de muito tempo. Não sei lidar, não sei, não entendo e me aflijo com isso.

E ele continua offline.

sábado, 1 de março de 2008

Camila, Camila

Depois da última noite de festa
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
As coisas aconteciam com alguma explicação
Com alguma explicação
Depois da última noite de chuva
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
Às vezes peço a ele que vá embora
Que vá embora...oh...

Camila, Camila, Camila

Eu que tenho medo até de suas mãos
Mas o ódio cega e você não percebe
Mas o ódio cega

E eu que tenho medo até do seu olhar
Mas o ódio cega e você não percebe
Mas o ódio cega

A lembrança do silêncio daquelas tardes
Daquelas tardes
A vergonha do espelho naquelas marcas
Naquelas marcas
Havia algo de insano naqueles olhos,
Olhos insanos
Os olhos que passavam o dia a me vigiar, a me vigiar...oh...

Camila, Camila, Camila
Camila, Camila, Camila

E eu que tinha apenas 17 anos
Baixava a minha cabeça pra tudo
Era assim que as coisas aconteciam
Era assim que eu via tudo acontecer
E eu que tinha apenas 17 anos
Baixava minha cabeça pra tudo
Era assim que as coisas aconteciam
Era assim que eu via tudo acontecer

Camila, Camila, Camila
Camila, Camila, Camila


ainda tenho medo dos olhos que passam os dias a me vigiar


por mais que os meus olhos sejam insanos também.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sit and listen:

Aprender a dar valor ao que é, não ao que foi, aprender a encarar as coisas, aprender que nada é realmente do jeito que se pensa que é...

Sensação de déjà-vu: as três pessoas com as quais eu tive um relacionamento mais profundo me inclinaram a mudar em alguma coisa. Atitude, pensamento, atitude e pensamento. Duas delas estão fora da minha vida atual, mas o terceiro sempre esteve dentro dela...

E eu fico calada quando me diziam, ou quando ele me diz alguma coisa. Porque é verdade, o que eles me diziam e ele me diz é verdade.

The world is not enough

Esse é o nome de uma música do Garbage que eu tenho ouvido, e também é meu estado de espírito, aquele que quase me fez chorar no trem ontem à noite enquanto eu voltava da casa do meu namorado.

People like us
Know how to survive
There's no point in living
If you can't feel alive

We know when to kiss
And we know when to kill
If we can't have it all
Then nobody will

E volto a dizer, sont de ces choses qui s'en fait le monde. Livrando? Nunca, isso tá grudado em mim igual chiclete.

I feel safe
I feel scared
I feel ready
- And yet unprepared

É isso mesmo.
Me sinto salva e assustada, me sinto pronta e ainda despreparada.

E o que me irrita mais é que isso não é da conta de ninguém a não ser de quem realmente me rodeia, e é justamente quem me rodeia que não percebe o que tá me fazendo mal.

Laissez-passer. É sempre assim, eu percebo, mas les autras personnes fingem que não é com elas. Quando eu comprar meu bilhete pra insanidade vai ser o caos...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

ns cia

(trilha sonora discreta: Bang Bang, Nancy Sinatra)


And all the things I said blowed with the wind.

Tudo o que eu cheguei a dizer um dia foi-se com o vento e eu aprendi a deixar o que passou lá no pretérito mesmo, por mais que algum tipo de saudade me faça ter vontade de alcançar o caos de novo.

Porque o que se quebra nunca tem um conserto perfeito, tem sempre um caco no vaso de porcelana colado que faz com que o dedo sangre quando se toca nele.

E, sinceramente, não quero mais fazer curativos nas minhas velhas cicatrizes. Não tenho mais tempo pra isso.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Clandestino

Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
(...)
E nestes versos de angústia rouca
Por entre os lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre...

(Manuel Bandeira, in 'Desencanto')

E faz tanto tempo que não sai um verso de dentro de mim que já estou começando a me sentir vazia. Minha inspiração esvai-se toscamente, nem me lembro quando foi que eu estive inspirada pra escrever.
Me sinto vazia, me sinto burra. Estranho que eu escrevo todos os dias, mas não passa de coisas do tipo 'horário de chegada, horário de atendimento' nos prontuários dos pacientes da UBS. Minha letra tá até ficando feia de novo...

E me esforço pra concordar com o Leminski
=>isso de querer ser
exatamente
o que a gente é
ainda vai
nos levar
além=>
mas tá ficando cada vez mais difícil. Parece estagnado, murcho...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Ou: de como as coisas desacontecem

Como as coisas desacontecem? Simples, fazendo-as acontecer e depois passando uma borracha em cima.
Mas borrachas costumam borrar papéis, dependendo do papel, da borracha e do grafite do lápis.

Tudo bem, vamos contar uma história.

Havia uma centopéia que era a melhor dançarina da floresta. Quando havia festa, todos paravam pra ver a centopéia dançando. Era lindo.
Um dia, uma formiga ficou olhando a centopéia dançar e ficou com muita inveja. Ela não sabia dançar como a centopéia, e provavelmente nunca saberia. Então bolou um plano.
Quando houve outra festa, a centopéia dançou, como de costume. Daí a formiga chegou perto dela e disse:
- Dona Centopéia, parabéns! A senhora dança muito bem!
- Obrigada! - respondeu a centopéia
- Mas me diga, como a senhora faz pra dançar assim tão bem? Qual o segredo? Tem uma técnica, tipo, a senhora começa levantando primeiro a perna direita nº 56 e depois a esquerda nº 43, ou primeiro a esquerda nº 15 e depois a direita nº 38?
E continuou a perguntar. A centopéia começou a pensar nisso e nem viu quando a formiga se afastou, satisfeita.
O que aconteceu:
Depois que a centopéia começou a pensar sobre como fazia pra dançar tão naturalmente, ela nunca mais conseguiu dançar.

As coisas também desacontecem de tanto se pensar nelas.

Musique pour les personnes

To Have and To Hold (Depeche Mode)

I need to be cleansed
It's time to make amends
For all of the fun
The damage is done
And I feel diseased
I'm down on my knees
And I need forgiveness
Someone to bear witness
To the goodness within
Beneath the sin
Although I may flirt
With all kinds of dirt
To the point of disease
Now I want release
From all this decay
Take it away
And somewhere
There's someone who cares
With a heart of gold
To have and to hold

(Je suis vraimant content et vraimant chagrine. Sont de ces choses qui s'en fait le monde, et dans le monde ces choses sont les songes et les mensonges qui pouvez laisser moi content et chagrine.)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Pavio Curto

Tá, eu sei, 95% das vezes em que eu fico muito irritada é por conta da minha TPM que é tão exagerada quanto eu. Mas ó, a culpa é minha se todo mundo resolve fazer as coisas que elas bem sabem que me irritam bem nessa época?
Quando estou em TPM não adianta ficar esperando que eu banque a boazinha. Sorry, honey. Também não adianta me contrariar. Eu fecho a cara, e não tou nem aí se a minha fama lá aonde eu trabalho é a de ser chata e mal-humorada. Parece que todo mundo tem o direito de se irritar, menos eu.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Episcopologia que eu nem sei o que é

Não consigo controlar a minha vontade de escrever coisas estranhas e aparentemente sem sentido... Solto frases em português e inglês e um pouco de francês e alemão também, coisas maluquinhas...
Mas textos "grandes" escritos que é bom, nada.

Decidi parar de fumar e aguentei bem nove dias. No décimo, sucumbi ao intervalo com filtro. Retomando hoje o péssimo auto-controle que eu tenho...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

to celebrate something

the young man stepped into the hall of mirrors
e depois que ele saiu de lá nunca mais conseguiu ouvir ninguém falar dele

sometimes a stranger at his place
e toda vez que o estranho aparecia era melhor do que o que era realmente

suddenly the picture was distorted
como sempre estava e estaria quando ele tentasse enxergar além dele mesmo

he made up the person he wanted to be
porque depois daquilo tudo o que ele era não era mais o suficiente

the artist is living in the mirror
with the echoes of himself...